quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Saiba a diferença entre a doação de medula óssea e do cordão umbilical
O sangue do cordão umbilical do recém-nascido é rico em células-tronco, que são capazes de se diferenciar nos diversos tipos de células do sangue. Por isso, o sangue nele contido pode ser doado, e deve ser armazenado em baixíssimas temperaturas, com o objetivo de utilizá-lo em tratamentos e transplantes.
Antigamente, o material contido tanto no cordão, quanto na placenta eram descartados. Hoje, com a tecnologia, pode-se guardar o sangue em um tanque de nitrogênio e manter as células-tronco disponíveis para serem utilizadas no tratamento de doenças que necessitam do transplante de medula óssea.
O transplante de medula óssea é uma opção de tratamento para as pessoas que têm doenças relacionadas ao sangue. Ele substitui a medula doente por uma medula nova, sadia. No entanto, a probabilidade de compatibilidade entre o doador e o doente é muito difícil, quando não se encontram doadores na mesma família, a chance de achar alguém compatível é de uma em um milhão.
O processo de coleta dos doadores de medula óssea é simples. Primeiramente é feita uma coleta de um hemograma para verificar a tipagem genética. Depois os dados são lançados em um cadastro de busca nacional. Assim, os pacientes que necessitam do transplante podem consultar o cadastro e checar se existe algum doador com o perfil genético necessário. Caso encontre, o doador será acionado e questionado a respeito da possibilidade de doação.
A hemoterapeuta e hematologista do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, Ana Luísa Pedroso, explica que "a compatibilidade genética para um transplante de uma medula óssea, tem que estar muito próxima de 100%, isso quando a fonte, o material que vai ser trabalhado, também é uma medula óssea. Quando temos a célula-tronco do sangue de cordão, que é uma célula-tronco com características semelhantes à de medula óssea, mas vinda de uma outra fonte, e que até então era descartada, você consegue realizar um transplante com pelo menos 70% de compatibilidade". Daí vem a importância da doação do cordão umbilical, pois com isso, crescem as chances de encontrar alguém com perfil genético compatível ao do paciente.
O Ministério da Saúde montou uma rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical. A coleta é feita em uma maternidade pública, após a passagem da mãe por uma triagem. Caso a mãe aceite doar o material, a coleta é feita durante o parto. Após feitos testes sorológico e de viabilidade, se aprovado, o sangue é processado e estocado.
Alguns dos requisitos exigidos para a doação do sangue do cordão umbilical são: a mãe deve ter entre 18 e 35 anos, deve ter, pelo menos, duas consultas de pré-natal formalizadas, não pode ter tido nenhuma doença infectocontagiosa durante a gravidez, o parto deve acontecer, no mínimo, com 37 semanas de gravidez, o recém-nascido não pode ter nascido com algum sofrimento e o volume coletado não pode ser inferior a 100 ml, dentre outros requisitos. O procedimento é pago pelo SUS.
Fonte: Gotas Salvadoras
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Governo do RS realiza ato alusivo à Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea
Nesta sexta-feira (18), o Governo do Estado do Rio Grande do Sul realizou solenidade alusiva a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, que iniciou na segunda-feira (14). O ato, que acontece no Salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini, contou com a presença do governador José Ivo Sartori, da secretária de Políticas Públicas, Maria Helena Sartori, e dos secretários da Saúde, João Gabardo, e do Trabalho e Assistência Social, Miki Breier, além de deputados e lideranças. Até 21 de dezembro, serão realizadas diversas ações de incentivo ao cadastro da população no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), em todo o Brasil.
A abertura oficial deste ano aconteceu em Recife (PE), onde a força da solidariedade e o engajamento em favor da vida marcaram a cerimônia, no Palácio do Campo das Princesas, com a presença do governador Paulo Câmara e do prefeito de Recife, Geraldo Júlio, que se cadastraram como doadores. Na quarta-feira (16) foi a vez do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, abraçar a campanha em grande ato realizado na Capital Federal.
A campanha foi instituída pela Lei nº 11.930/09, de autoria do então deputado federal Beto Albuquerque (RS), que ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho do ex-parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença. De acordo com Beto o foco deste ano é convocar os quatro milhões de cadastrados no País a atualizarem seus dados. “Hoje cerca de 20% dos cadastrados no Redome não são encontrados. Por isso, faço um apelo aos 300 mil gaúchos que estão no Banco de Cadastro para que atualizem seus dados”.
Após a abertura, as irmãs Flávia e Fernanda Lima deram um testemunho emocionante do transplante realizado com sucesso há 17 anos. “É muito bom poder salvar a vida de alguém, ainda mais de uma irmã”, destacou Flávia.
Número de doadores vem aumentando no RS
Em 2009, quando a Lei Pietro foi instituída, o Rio Grande do Sul tinha 45 mil doadores e hoje conta com cerca de 300 mil. Beto revelou que a meta no pais é atingir 10 milhões de cadastrados, pois a chance de encontrar um doador compatível é um em 100 mil. “Essa não é uma meta para ontem, mas é uma meta totalmente possível de atingirmos. É muito importante que o Norte e o Nordeste avancem no número de cadastrados, pois o Brasil tem uma diversidade genética muito bem distribuída”, destacou Albuquerque.
Saiba mais
Este é o sétimo ano de realização da campanha e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2016 o Brasil irá registrar 10.070 novos casos de leucemia, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma.
A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.
Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
'A medulinha pegou', celebra pais em MG após transplante da filha
"O milagre chegou. Minha medulinha pegou!" foi uma das frases na mensagem publicada por Ione Vilela nas redes sociais para comemorar o sucesso do transplante de medula óssea da filha Isabella, de 6 anos. Era a única solução para a família de Juiz de Fora, que voltou a lutar contra a leucemia neste ano.
O doador, que vive nos Estados Unidos, foi encontrado em outubro. O transplante foi realizado em 24 de novembro no hospital Samaritano, em São Paulo, onde a menina está internada desde 29 de julho para o tratamento.
"Mais uma vez, muito emocionados, vamos dividir com vocês esse momento tão feliz quanto o dia em que a nossa Bebella nasceu. Hoje [quarta] tivemos mais uma bênção de Deus e a medula pegou!! Sabemos que temos um longo caminho pela frente!! Muitas vindas ao hospital, exames... Mas também estamos certos de que Deus continuará abençoando nossos caminhos", explicou a mãe na mensagem.
Isabella foi diagnosticada com leucemia pela primeira vez em dezembro de 2013, quando estava com 4 anos e meio. Após meses de quimioterapia, a doença entrou em remissão em meados de 2014, mas retornou em maio deste ano, quando a menina reiniciou o tratamento. No agradecimento, Ione Vilela ressaltou todos os médicos e instituições onde Isabella foi cuidada em Juiz de Fora e em São Paulo, além das pessoas que abraçaram a campanha #UmAnjoparaBella em prol do cadastramento de doadores e a pessoa, ainda desconhecida, que permitiu a cura da filha.
"Não seria possível sem o nosso querido anjo doador!! Te amamos!! Não seria possível sem o apoio constante de nossos familiares e amigos! Tudo isso não seria possível sem o apoio de todos vocês que estão junto conosco desde o princípio: orando, ajudando nas campanhas de doação de sangue e medula", publicou Ione Vilela.
Outro caso de sucesso
Também em novembro, o juiz-forano Paulo Sérgio, o Paulinho, de 5 anos, também passou pelo transplante de medula óssea no mesmo hospital em São Paulo. O irmão caçula foi o doador. A família anunciou que a medula pegou no final do mês e agora ele permanece em observação.
Como se tornar um doador
Podem se cadastrar como doadores de medula óssea quem tem entre 18 e 55 anos. A pessoa deve procurar a unidade do Hemominas, levando um documento original e oficial com fotos.
No local, receberá orientação de como é feito o cadastro e o transplante. Será colhida uma amostra de 5 ml de sangue, usada para fazer o exame, que terá o resultado codificado e cadastrado no Redome, o banco de dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
No entanto, os doadores precisam manter os dados atualizados no site do Inca até completar 60 anos, para ser localizado em caso de compatibilidade.
Em Juiz de Fora, o Hemominas funciona na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Barão de Cataguases, no Centro. O cadastramento é feito de segunda a sexta, de 8h às 18h. Em caso de dúvidas, as pessoas podem ligar para (32) 3257-3117 ou 3257-3113.
Fonte: G1
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
Espera angustiante
Na busca por uma medula, metade dos pacientes morre à espera por leito e doador
Menos de 2% dos brasileiros são doadores voluntários de medula
por Kamila Almeida*
Nesta sexta-feira, ZH publica um site especial sobre Ana Luiza e a importância de se tornar um doador de medula óssea
Foto:
Michel Fontes / Arte ZH
A saga de quem busca uma medula nova para sobreviver torna-se ainda
mais dura com a notícia tétrica de que metade dos pacientes morre no
aguardo do transplante. Os motivos vão desde a dificuldade de identificar, depois de localizar o doador até a falta de leito disponível nos hospitais para o procedimento.
Se você já é cadastrado como doador de medula, clique aqui para atualizar os seus dados.Ana Luiza Cunha da Costa, seis anos, contrariou todas as previsões e estatísticas. Diagnosticada com aplasia medular — falência total no sistema responsável pelas defesas do organismo — aos três anos, a menina não encontrou alguém compatível, mas foi salva pela decisão dos pais: selecionar um bebê em laboratório para ser 100% compatível com Ana Luiza. Há um ano e meio Antônia nasceu e doou parte da medula, regenerando o sistema imunológico da irmã e a esperança da família.
ZH acompanhou 10 meses da luta da família de Gravataí, na Região Metropolitana, e publica na sexta-feira um webdocumentário de 20 minutos, dividido em cinco capítulos, e um site especial falando da importância de se tornar um doador de medula óssea.
Veja um trecho do webdocumentário que será
divulgado na íntegra na sexta-feira:
No Brasil, são 3,3 milhões de voluntários cadastrados no banco de medula — o que corresponde a 1,66% da população. Apesar de haver pessoas, como Ana Luiza, que não encontram compatibilidade no banco de doadores de medula e haver a necessidade de mais voluntários, principalmente de etnias diversas se cadastrarem, o maior drama hoje é encontrar um leito no Brasil para efetuar o transplante.
— Foi justamente o aumento na oferta de medulas que fez com que a demanda se tornasse um desafio. Entre 60% e 70% dos pacientes consegue um doador (incluindo a busca entre os parentes e o banco de medula), mas são poucos leitos para atender a todos os que precisam. Infelizmente, acontece muito de o paciente morrer na fila por uma vaga já com doador compatível localizado — Lúcia Silla, presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea.
No Rio Grande do Sul inteiro são apenas 20 leitos, sendo o Hospital de Clínicas de Porto Alegre o único do Estado a realizar transplantes com doadores voluntários. O tempo de espera no país todo pode chegar a oito meses.
— Precisamos sensibilizar as autoridades para que se criem mais leitos. A carência é o dobro do que dispomos hoje — apela Lúcia.
A resistência em aumentar as vagas tem a ver com o valor gasto com cada um destes pacientes, que podem custar cerca de R$ 80 mil nos três primeiros meses e, se tiver complicações, passar de R$ 2 milhões até a cura.
O transplante de medula óssea é um dos mais complexos porque representa a substituição do sistema imunológico do paciente pelo do doador.
*Colaborou Thaís Martins
Fonte: Zero Hora.
Se você já é cadastrado como doador de medula, clique aqui para atualizar os seus dados.Ana Luiza Cunha da Costa, seis anos, contrariou todas as previsões e estatísticas. Diagnosticada com aplasia medular — falência total no sistema responsável pelas defesas do organismo — aos três anos, a menina não encontrou alguém compatível, mas foi salva pela decisão dos pais: selecionar um bebê em laboratório para ser 100% compatível com Ana Luiza. Há um ano e meio Antônia nasceu e doou parte da medula, regenerando o sistema imunológico da irmã e a esperança da família.
ZH acompanhou 10 meses da luta da família de Gravataí, na Região Metropolitana, e publica na sexta-feira um webdocumentário de 20 minutos, dividido em cinco capítulos, e um site especial falando da importância de se tornar um doador de medula óssea.
Veja um trecho do webdocumentário que será
divulgado na íntegra na sexta-feira:
No Brasil, são 3,3 milhões de voluntários cadastrados no banco de medula — o que corresponde a 1,66% da população. Apesar de haver pessoas, como Ana Luiza, que não encontram compatibilidade no banco de doadores de medula e haver a necessidade de mais voluntários, principalmente de etnias diversas se cadastrarem, o maior drama hoje é encontrar um leito no Brasil para efetuar o transplante.
— Foi justamente o aumento na oferta de medulas que fez com que a demanda se tornasse um desafio. Entre 60% e 70% dos pacientes consegue um doador (incluindo a busca entre os parentes e o banco de medula), mas são poucos leitos para atender a todos os que precisam. Infelizmente, acontece muito de o paciente morrer na fila por uma vaga já com doador compatível localizado — Lúcia Silla, presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea.
No Rio Grande do Sul inteiro são apenas 20 leitos, sendo o Hospital de Clínicas de Porto Alegre o único do Estado a realizar transplantes com doadores voluntários. O tempo de espera no país todo pode chegar a oito meses.
— Precisamos sensibilizar as autoridades para que se criem mais leitos. A carência é o dobro do que dispomos hoje — apela Lúcia.
A resistência em aumentar as vagas tem a ver com o valor gasto com cada um destes pacientes, que podem custar cerca de R$ 80 mil nos três primeiros meses e, se tiver complicações, passar de R$ 2 milhões até a cura.
O transplante de medula óssea é um dos mais complexos porque representa a substituição do sistema imunológico do paciente pelo do doador.
*Colaborou Thaís Martins
Fonte: Zero Hora.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Beto Albuquerque abre Semana de Mobilização na Câmara
LEI PIETRO |
16.12.2014
Cerimônia abre a sexta edição do projeto na Câmara. Foto Chico Ferreira
Estiveram presentes os deputados Alexandre Roso (PSB-RS), Paulo Foletto (PSB-ES), Júlio Delgado (PSB-MG) e Alexandre Toledo (PSB-AL) além do Coordenador geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Éder Muralha Borba, da diretora-presidente da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), Beatriz Mac Dowell Soares e do superintendente do Instituto de Cardiologia do DF, João Gabbardo Reis.
De acordo com o autor do projeto que instituiu a Semana de Mobilização, Beto Albuquerque, a conscientização da população sobre a importância do cadastramento no Redome é muito importante para o sucesso da iniciativa. “Cada cadastro que fazemos aqui é uma luz que se abre e que pode encontrar na frente alguém que precise de um transplante e salvar a vida daquele paciente. Nós precisamos ter a consciência de que na vitória ou na derrota nós temos que ter a sensatez de compreender que está em nossas mãos melhorar o ambiente do transplante de medula óssea no nosso país”.
A campanha, instituída pela Lei nº 11.930/09, conhecida como Lei Pietro, chega à sua sexta edição e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo o deputado, o número de cadastrados no Redome já passou dos três milhões, aumentando a expectativa de transplantes. No entanto, Beto lembra que é preciso ter mais leitos para acomodar esses pacientes. “Nesse momento existem em torno de 167 brasileiros que encontraram seu doador compatível, mas estão na fila dos leitos hospitalares para fazer o transplante”, destacou.
EXEMPLO NO DISTRITO FEDERAL
O superintendente do Instituto de Cardiologia do DF, João Gabbardo foi citado pelo líder do PSB como exemplo na política de incentivo dos transplantes. Segundo o socialista, o instituto criou a maior unidade de transplante de medula óssea no Distrito Federal com 41 novos leitos. “São 27 leitos diretos para o transplante e 12 para o pós-transplante e isto melhora muito a expectativa de todos aqueles que já têm doadores”.
REIVINDICAÇÃO
O deputado aproveitou a oportunidade para destacar que há um limite para que os hospitais abram mais leitos para o transplante de medula óssea. “Existem medicamentos que não estão cobertos pela tabela do SUS e são todos medicamentos pós-transplantes. E por não estarem na tabela, o hospital, quando os usa, pode pagar até R$ 30 mil. Então ou entra na tabela do SUS ou o hospital fica com medo de ampliar o número de leitos para não gastar essa quantia”, afirmou.
O Coordenador geral de Transplantes do Ministério da Saúde, Éder Borba agradeceu a oportunidade de apresentar os dados do sistema brasileiro de transplantes, que, de acordo com ele, é o maior do mundo. “O Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), conseguiu construir de maneira exemplar uma lei de transplantes, que é uma lei das mais rigorosas, das mais éticas, pois é uma lei que proíbe e criminaliza o tráfico de órgãos e tecidos.”
Para encerrar a cerimônia, a diretora-presidente da FHB, Beatriz Soares elogiou a iniciativa do deputado líder socialista. Segundo a diretora, o trabalho do deputado contribui para que o Brasil tenha um dos maiores cadastros de doadores de medula óssea do mundo. “Uma das ações da coordenação de transplante permitiu a operação das cotas, que para o DF triplicou o número de pessoas que poderão se cadastrar”, concluiu Beatriz.
Rodrigo Abreu
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Começa a 6ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea
LEI PIETRO |
15.12.2014
Abertura da 6ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. Foto: Sergio Neglia
A campanha foi instituída pela Lei nº 11.930/09, de autoria do deputado Beto Albuquerque, que ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho do parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença.
Durante a abertura oficial das atividades, realizada nesta segunda-feira (15), na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Beto destacou que neste ano foram realizados no Brasil, 250 transplantes não-aparentados, que é o transplante mais difícil porque depende do cadastro do cidadão e da compatibilidade genética. “Só um banco cada vez maior é capaz de fazer transplantes de pessoas não-aparentadas. Se somarmos a todos os tipo de transplantes (autólogos – onde o paciente é seu próprio doador – e aparentados – quando o doador pertence a família), chegamos a 12.556 transplantes de medula óssea no país”, comemorou.
Segundo Beto, apesar dos avanços, a necessidade de ampliar o número de leitos é um novo problema. “Há um ajuste que o governo federal precisa fazer que é incluir na lista do Sistema Único de Saúde (SUS), alguns medicamentos que são caros no tratamento da leucemia e que acabam caindo na conta do hospital. “Muitos hospitais não ampliam os leitos porque podem estar ampliando uma despesa que não é ressarcida. Este é um quadro que precisamos enfrentar”.
Ao encerrar, Beto anunciou a destinação de recursos para melhorar a área da saúde. “Este ano encerro minhas atividades como deputado federal, mas vou deixar praticamente todas as emendas parlamentares que eu tenho disponível para o próximo ano locadas na área hospitalar e muitas para o tratamento de leucemia”. Entre os investimentos anunciados, estão R$ 1,5 milhão para a Santa Casa, R$ 1,5 milhão para o Hospital Conceição e cerca de R$ 4 milhões para o Instituto do Câncer Infantil do Hospital de Clínicas.
Durante a atividade na Câmara de Vereadores, a unidade móvel do Hemocentro cadastrou 53 novos doadores em pouco mais de três horas. O ato contou com a presença do presidente da Câmara, vereador Carlos Garcia, da vereadora e autora da Lei que instituiu a Semana Municipal de Doação de Medula Óssea, Jussara Cony, do médico hematologista, Marcelo Capra, vereadores e servidores da Casa.
Brasília – Na Câmara dos Deputados, a cerimônia de abertura da Semana será realizada amanhã (16), às 15h, no Hall da Taquigrafia, com as presenças do deputado Beto Albuquerque; do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF); do superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, Dr. João Gabbardo dos Reis; da diretora Presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Dra. Beatriz Mac Dowell Soares; e do coordenador Geral de Transplante do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.
Na mesma data, estará disponível, também no Hall da Taquigrafia, unidade de captação externa do Hemocentro de Brasília para coleta de amostra de sangue e cadastramento no Redome. Os interessados poderão realizar o cadastro até o dia 17, das 14h às 17h. No local, entre os dias 15 e 19, serão exibidos vídeos com informações sobre a doação e o tratamento.
Caminhada da Medula reuniu dezenas de pessoas na Redenção. Foto: Sergio Neglia
Este é o sexto ano de realização da campanha idealizada pelo parlamentar socialista e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de doadores voluntários aumentou significativamente. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Atualmente, com 3,6 milhões de doadores inscritos, esse percentual subiu para 70%.
Ainda de acordo com o Inca, o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia a cada ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma o deputado.
A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.
Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.
Caminhada na Redenção dá início a 6ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea
LEI PIETRO |
14.12.2014
Evento reuniu dezenas de pessoas. Foto: Sergio Néglia
No domingo (14), teve início mais uma Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. Até 21 de dezembro, serão realizadas diversas ações de incentivo ao cadastro da população no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), em todo o Brasil.
A campanha foi instituída pela Lei nº 11.930/09, de autoria do líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), que ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho do parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença.
Em Porto Alegre, no domingo, aconteceu a 2ª Caminhada da Semana, no Parque da Redenção, para conscientizar as pessoas da importância do cadastramento de possíveis doadores. O evento teve a presença do autor da Lei nacional, Beto Albuquerque, e da Lei que institui a Semana Municipal para Doação de medula, Jussara Cony.
Já nesta segunda-feira (15), às 10h, será realizada a cerimônia oficial de abertura da Semana na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Na ocasião, a unidade móvel do hemocentro estrará cadastrando candidatos a doadores de medula óssea, das 9h às 13h, no estacionamento da Câmara.
Brasília - Na Câmara dos Deputados, a cerimônia de abertura da Semana será realizada na terça-feira (16), às 15h, no Hall da Taquigrafia, com as presenças do deputado Beto Albuquerque; do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF); do superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, Dr. João Gabbardo dos Reis; da diretora Presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Dra. Beatriz Mac Dowell Soares; e do coordenador Geral de Transplante do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.
Na mesma data, estará disponível, também no Hall da Taquigrafia,
unidade de captação externa do Hemocentro de Brasília para coleta de
amostra de sangue e cadastramento no Redome. Os interessados poderão
realizar o cadastro até o dia 17, das 14h às 17h. No local, entre os
dias 15 e 19, serão exibidos vídeos com informações sobre a doação e o
tratamento.
Saiba mais
Este é o sexto ano de realização da campanha idealizada pelo parlamentar socialista e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de doadores voluntários aumentou significativamente. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Atualmente, com 3,5 milhões de doadores inscritos, esse percentual subiu para 70%.
Ainda de acordo com o Inca, o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia a cada ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma o deputado.
A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.
Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.
Câmara dos Deputados adere à Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea
LEI PIETRO |
10.12.2014
A campanha foi instituída pela Lei nº 11.930/09, de autoria do líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), que ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho do parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença.
Na Câmara, a cerimônia de abertura da Semana será realizada na terça-feira (16), às 15h, no Hall da Taquigrafia, com as presenças do deputado Beto Albuquerque; do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF); do superintendente do Instituto do Coração do Distrito Federal, Dr. João Gabbardo dos Reis; da diretora Presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Dra. Beatriz Mac Dowell Soares; e do coordenador Geral de Transplante do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.
Na mesma data, estará disponível, também no Hall da Taquigrafia, unidade de captação externa do Hemocentro de Brasília para coleta de amostra de sangue e cadastramento no Redome. Os interessados poderão realizar o cadastro até o dia 17, das 14h às 17h. No local, entre os dias 15 e 19, serão exibidos vídeos com informações sobre a doação e o tratamento.
Este é o sexto ano de realização da campanha idealizada pelo parlamentar socialista e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de doadores voluntários aumentou significativamente. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Atualmente, com 3,5 milhões de doadores inscritos, esse percentual subiu para 70%.
Ainda de acordo com o Inca, o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia a cada ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma o deputado.
A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.
Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.
Tatyana Vendramini
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Cinderela careca surpreende garota de
5 anos com leucemia
Isabella Harvey foi diagnosticada com leucemia pela primeira vez aos 3
anos de idade. Aos 5 anos a doença retornou e a perda dos cabelos mexeu
muito com sua auto estima. “É difícil para ela. Ela sempre usa um
chapéu e nunca fica sem ele em público”, conta a mãe de Isabella.
Para tentar alegrar a garotinha, os pais entraram em contato com a organização Gianna Nicole’s Heart of Hope, que apoia crianças com câncer, para agendar uma sessão de fotos com o tema princesa.
A fotógrafa Alana Hubbard pediu para a modelo que interpretaria a Cinderela usasse uma touca para que ela parecesse careca.
O resultado foi incrível: completamente surpreendida, Isabella não ficou mais envergonhada ao ver uma princesa da Disney tão parecida com ela: “Ela sentiu que poderia ser uma princesa também“, contou a mãe.


Via Veja SP
Para tentar alegrar a garotinha, os pais entraram em contato com a organização Gianna Nicole’s Heart of Hope, que apoia crianças com câncer, para agendar uma sessão de fotos com o tema princesa.
A fotógrafa Alana Hubbard pediu para a modelo que interpretaria a Cinderela usasse uma touca para que ela parecesse careca.
O resultado foi incrível: completamente surpreendida, Isabella não ficou mais envergonhada ao ver uma princesa da Disney tão parecida com ela: “Ela sentiu que poderia ser uma princesa também“, contou a mãe.



Via Veja SP
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Pedrinho, o menino-aranha
Contra leucemia, menino mobiliza rede de solidariedade no Facebook
Grupo promove campanha de doação de sangue, rifas e brechós para ajudar família de Pedro Henrique, que enfrenta dificuldade financeira
por Bruna Scirea
Pedrinho está internado há um mês no setor de oncologia do Hospital de Clínicas
Foto:
Viviane da Cunha / Arquivo Pessoal
A rotina de Pedrinho, de seus familiares e amigos, sofreu uma
reviravolta há exatamente um mês. Em 24 de novembro, o menino de três
anos foi diagnosticado com leucemia. Separado do irmão gêmeo, passou,
então, a enfrentar dias de exames, tratamento, variações de humor e
muito sono — mas também solidariedade.
Nas redes sociais, Pedro Henrique Azeredo da Cunha foi associado a um de seus super-heróis preferidos, e virou o "Menino-Aranha" — nas fotos, ele sempre aparece com camiseta e bonecos do Homem-Aranha. Em dois dos grupos criados para apoiá-lo no tratamento contra o câncer, já se reúnem mais de 6 mil pessoas ("Pedro Henrique" e "Pedro Henrique, nosso pequeno homem-aranha").
Além de se encarregar por orações e pensamentos positivos, elas promovem campanhas de doação de sangue e, principalmente, rifas e briques de roupas e objetos novos ou usados. Com o pai desempregado, a mãe afastada do trabalho e uma família grande (são quatro filhos), a arrecadação de dinheiro é mais do que bem-vinda.
Diagnosticada com leucemia há um ano, menina dá exemplo de alegria
— É uma fase e vai passar, mas é muito difícil ver um filho no hospital. Nada me conforma, é revoltante. Então, perante tudo isso, essa rede de apoio, de amigos, é o que está me dando forças. Sempre tive muitos amigos, mas agora eles se multiplicaram — afirma promotora de vendas Viviane Azeredo da Cunha, mãe do Pedrinho.
Um 2014 difícil para a família
A mobilização pela causa do menino na Internet é motivada essencialmente pela doença que ele enfrenta. Mas quem conhece a família de Viamão tem motivos a mais para endossar a rede de solidariedade: 2014 tem sido um longo para Viviane, Patrique e as quatro crianças. Em março, o pai perdeu o emprego. Meses depois, o irmão de Pedro, João Vitor, foi internado com pneumonia. Em setembro, Viviane sofreu um acidente de carro e, a partir de uma radiografia na região abdominal, recebeu a notícia de que está com um tumor no ovário — que não sabe se é benigno ou maligno.
Leia as últimas notícias de Zero Hora
Semanas depois, Pedro Henrique foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda (LLA) do tipo B, e a vida se resumiu a acompanhar o filho, 24 horas, todos os dias, no centro de oncologia do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre.
— Eles enfrentam uma situação financeira bem difícil. Então criei um grupo no Facebook para arrecadar o que fosse possível entre amigos, e a comunidade cresceu. Para ajudar, basta entrar no grupo, e colaborar com doações. Todo o dinheiro é depositado em uma conta no nome do Pedrinho e será usado para custear os exames necessários — afirma Daianna Marcon, amiga da família, e criadora do grupo "Pedro Henrique" no Facebook.

Pedro Henrique (à esquerda) e João Vitor com bonecos do Homem-Aranha
Foto: Viviane da Cunha / Arquivo Pessoal
Pedro e o irmão gêmeo são dependentes do plano de saúde da avó, o IPE Saúde, que não cobre todos os gastos. De acordo com Viviane, nas duas primeiras semanas, exames já tinham somado mais de R$ 2 mil. O dinheiro do primeiro brechó, realizado em 16 de setembro no Brique da Redenção, será usado para abater essa dívida. Outro brechó está marcado para 14 de dezembro, no mesmo local.
Pedrinho não tem previsão de alta. Nessa semana, chegam exames que vão avaliar a gravidade da doença e o tipo de tratamento mais adequado. Segundo a mãe, o cabelo está caindo, o menino está irritado e até um pouco agressivo por causa da medicação. Em dias assim, uma das maiores alegrias do super-herói mirim é a visita do irmão gêmeo — que terá de se acostumar com a nova rotina de Pedro.
— Vou ter que dizer a eles que não poderão mais fazer as mesmas coisas. Pedro não poderá comer churrasco, tomar sol ou correr com João Vitor, como sempre fez. Não vai ter praia, e o quarto dos dois não será mais o mesmo. O tratamento leva pelo menos um ano e tudo vai mudar, mas eles são fortes e me dão força para acreditar.
* Fonte: Zero Hora
Nas redes sociais, Pedro Henrique Azeredo da Cunha foi associado a um de seus super-heróis preferidos, e virou o "Menino-Aranha" — nas fotos, ele sempre aparece com camiseta e bonecos do Homem-Aranha. Em dois dos grupos criados para apoiá-lo no tratamento contra o câncer, já se reúnem mais de 6 mil pessoas ("Pedro Henrique" e "Pedro Henrique, nosso pequeno homem-aranha").
Além de se encarregar por orações e pensamentos positivos, elas promovem campanhas de doação de sangue e, principalmente, rifas e briques de roupas e objetos novos ou usados. Com o pai desempregado, a mãe afastada do trabalho e uma família grande (são quatro filhos), a arrecadação de dinheiro é mais do que bem-vinda.
Diagnosticada com leucemia há um ano, menina dá exemplo de alegria
— É uma fase e vai passar, mas é muito difícil ver um filho no hospital. Nada me conforma, é revoltante. Então, perante tudo isso, essa rede de apoio, de amigos, é o que está me dando forças. Sempre tive muitos amigos, mas agora eles se multiplicaram — afirma promotora de vendas Viviane Azeredo da Cunha, mãe do Pedrinho.
Um 2014 difícil para a família
A mobilização pela causa do menino na Internet é motivada essencialmente pela doença que ele enfrenta. Mas quem conhece a família de Viamão tem motivos a mais para endossar a rede de solidariedade: 2014 tem sido um longo para Viviane, Patrique e as quatro crianças. Em março, o pai perdeu o emprego. Meses depois, o irmão de Pedro, João Vitor, foi internado com pneumonia. Em setembro, Viviane sofreu um acidente de carro e, a partir de uma radiografia na região abdominal, recebeu a notícia de que está com um tumor no ovário — que não sabe se é benigno ou maligno.
Leia as últimas notícias de Zero Hora
Semanas depois, Pedro Henrique foi diagnosticado com Leucemia Linfóide Aguda (LLA) do tipo B, e a vida se resumiu a acompanhar o filho, 24 horas, todos os dias, no centro de oncologia do Hospital de Clínicas, em Porto Alegre.
— Eles enfrentam uma situação financeira bem difícil. Então criei um grupo no Facebook para arrecadar o que fosse possível entre amigos, e a comunidade cresceu. Para ajudar, basta entrar no grupo, e colaborar com doações. Todo o dinheiro é depositado em uma conta no nome do Pedrinho e será usado para custear os exames necessários — afirma Daianna Marcon, amiga da família, e criadora do grupo "Pedro Henrique" no Facebook.
Pedro Henrique (à esquerda) e João Vitor com bonecos do Homem-Aranha
Foto: Viviane da Cunha / Arquivo Pessoal
Pedro e o irmão gêmeo são dependentes do plano de saúde da avó, o IPE Saúde, que não cobre todos os gastos. De acordo com Viviane, nas duas primeiras semanas, exames já tinham somado mais de R$ 2 mil. O dinheiro do primeiro brechó, realizado em 16 de setembro no Brique da Redenção, será usado para abater essa dívida. Outro brechó está marcado para 14 de dezembro, no mesmo local.
Pedrinho não tem previsão de alta. Nessa semana, chegam exames que vão avaliar a gravidade da doença e o tipo de tratamento mais adequado. Segundo a mãe, o cabelo está caindo, o menino está irritado e até um pouco agressivo por causa da medicação. Em dias assim, uma das maiores alegrias do super-herói mirim é a visita do irmão gêmeo — que terá de se acostumar com a nova rotina de Pedro.
— Vou ter que dizer a eles que não poderão mais fazer as mesmas coisas. Pedro não poderá comer churrasco, tomar sol ou correr com João Vitor, como sempre fez. Não vai ter praia, e o quarto dos dois não será mais o mesmo. O tratamento leva pelo menos um ano e tudo vai mudar, mas eles são fortes e me dão força para acreditar.
* Fonte: Zero Hora
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Moradora da Serra doará medula óssea a desconhecido
Chance de compatibilidade entre doador e paciente que não são parentes é de uma em 100 mil
Foto: Divulgação/Prefeitura de Antônio Prado
Daqui a 21 dias, a doméstica Joziane de Almeida, 31 anos, terá a oportunidade de ajudar a salvar uma vida. Ela vai retirar a medula óssea para doar a uma pessoa sobre quem ela não sabe absolutamente nada. O detalhe é que a chance de compatibilidade entre um paciente e um doador que não são parentes é de uma em 100 mil. No dia 8 de dezembro, a moradora de Antônio Prado vai a Porto Alegre, onde realiza o procedimento no Hospital de Clínicas. Joziane é uma das 4.998 pessoas que em 2011 se cadastraram no Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) para se tornar doadora. Ela participou de uma campanha para auxiliar uma criança de seis anos afetada por leucemia. Joziane se sensibilizou, mas não era compatível com a criança que, sem doador, não resistiu à doença. Há dois meses, a doméstica recebeu a notícia que tinha compatibilidade com um paciente que precisava de medula. "Estou muito feliz, mas ao mesmo tempo ansiosa. É um sentimento tão bom que não tem como explicar, sabendo que tu podes salvar uma pessoa, mesmo sem saber quem é. Isso é muito bom". Envolvida por esse sentimento, a doméstica faz um apelo para que todos integrem do cadastro nacional. O Hemocs conta com 30.448 doadores. Para se tornar um, basta ter entre 18 e 54 anos. O Brasil tem o terceiro maior banco de dados do gênero do mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 3,5 milhões de pessoas estão cadastradas. A retirada da medula exige que o doador fique internado por 24 horas. O material é aspirado por uma agulha do quadril. No doador, a medula se refaz depois de 7 a 15 dias.
Fonte:http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/moradora-da-serra-doara-medula-ossea-a-desconhecido-122767.html
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Pacientes derrubam na Justiça limite imposto pelo governo para doações de medula óssea no país
POR VINICIUS SASSINE
06/11/2014 6:00 / ATUALIZADO 06/11/2014 13:26
A servidora pública Fabiana Ikeda, que espera há um mês num hospital particular de Brasília por um doador compatível: ‘o transplante é minha única expectativa de vida’
Foto: André Coelho / Agência O GloboA servidora pública Fabiana Ikeda, que espera há um mês num hospital particular de Brasília por um doador compatível: ‘o transplante é minha única expectativa de vida’ - André Coelho / Agência O Globo
BRASÍLIA - O Ministério da Saúde vê abuso nos pedidos de exames de compatibilidade (feitos por laboratórios) e limitou o número de novos candidatos a doadores que podem se cadastrar nos bancos de medula óssea. Quem espera por uma doação vê nesse teto uma ameaça à própria vida. E a Justiça, em pelo menos duas decisões recentes, vê a razão do lado dos pacientes. Em meio a um delicado cabo de guerra, com argumentos de ambos os lados, está em jogo a sobrevivência de 1,1 mil pessoas na fila do transplante.
Gente como a servidora pública Fabiana Ikeda de Oliveira, de 37 anos, com leucemia linfoide aguda. Entre a internação por dores no corpo e o resultado dos exames, não se passaram 24 horas. Ela está no leito de um hospital privado de Brasília há um mês, inscrita no cadastro de receptores. O transplante é a única possibilidade de cura, mas na família não apareceu um doador: a mãe também teve leucemia e morreu de forma fulminante há três anos; o pai já extrapolou a idade para doar; o teste com o irmão mostrou incompatibilidade. As chances agora só existem a partir de rostos anônimos do banco de doadores.
- O transplante é minha única expectativa de vida. Se eu não conseguir, vou ter pouco tempo - diz Fabiana, mãe de Gabriel, de 14 anos, e Tarsila, de 9.
O teto estabelecido pelo Ministério da Saúde começou em 2012 - eram admitidos, então, no máximo 267,1 mil novos cadastrados anuais no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). No ano seguinte, outra portaria estendeu o limite para 400 mil novos doadores anuais.
O Redome tem hoje 3,5 milhões de doadores cadastrados. É o terceiro maior banco do mundo, atrás dos de Alemanha e Estados Unidos. O SUS custeia tudo, diferentemente do que ocorre em outros países.
Cada exame de histocompatibilidade, condição básica para a inclusão de alguém no registro, custa R$ 375. As chances de êxito na identificação de um doador são de 64%, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), responsável pelo banco de dados. Na Alemanha, chegam a 80%.
O mais importante, na visão do governo, é ampliar a qualidade genética das doações. Por isso o teto na Bahia, estado com preponderância de negros - e, portanto, grandes chances de compatibilidade com a maioria dos brasileiros - subiu de 5.020 para 20 mil. No Rio, a quantidade se manteve a mesma: 14.040. Por vias judiciais, esses tetos passaram a ser atacados.
- As portarias não foram editadas para limitar, mas para ordenar. O Redome, até 2003, tinha 30 mil doadores cadastrados. Hoje são 3,5 milhões. O valor gasto só com os exames era superior ao que se investia no próprio transplante. Agora, uma rede de estudos genéticos avalia características genéticas por região - afirma Luis Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca.
AÇÕES MOVIDAS PELA OAB
Em junho, a Justiça Federal em Franca (SP) derrubou as restrições à quantidade de doadores na cidade, a partir da ação movida por uma paciente com leucemia. No mês passado, a Justiça Federal em Goiânia obrigou o Ministério da Saúde a fazer, em até 20 dias, os exames de histocompatibilidade das amostras do Hemocentro da capital goiana e de outros laboratórios onde haja material semelhante. O teto em Goiás foi considerado inconstitucional.
A ação foi movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no estado, a partir do apelo da família de uma criança de 6 anos com leucemia. Movimento similar ocorre em Pernambuco e Mato Grosso do Sul, onde as seccionais da OAB preparam ações para derrubar as restrições.
Profissionais da área, no entanto, enxergam na iniciativa uma pressão de grandes laboratórios para voltar a faturar com exames desenfreados. Não falta quem concorde com a visão do ministério e diga ser mais importante a variabilidade do que a quantidade de doadores.
Fabiana, na fila de espera, critica o teto. Mas diz confiar no registro de doadores:
- É lógico que estou otimista. Tenho de estar sempre.
Ela já recebeu indicativos de 20 potenciais doadores com características genéticas semelhantes - Fabiana é descendente de japoneses. A família, capitaneada pelo marido, começou uma campanha nas redes sociais para ampliar as doações.
- Eu entendo que o aumento de doadores me beneficia. Eu tenho dois filhos para cuidar - afirma a servidora do Ministério do Desenvolvimento Social.
O tempo médio de espera por uma medula óssea, nos casos de transplante entre não aparentados, é de quatro meses. Mais dois meses, em média, são gastos na espera por um leito do SUS. Os problemas relacionados aos doadores, com os questionamentos judiciais aos tetos definidos pelo Ministério da Saúde, se somam a outros entraves para o transplante de medula óssea: a falta de leitos, a falta de centros especializados e a demora do Redome em dar respostas sobre doadores.
Só nove estados fazem transplantes alogênicos, aqueles em que há necessidade de doadores: São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Goiás. Em 2013 houve apenas 669 transplantes alogênicos de medula óssea, 6,2% a mais que em 2012, quando houve 630.
BATALHA PARA OUTROS DOENTES
Somados os autólogos (com a medula do próprio paciente), o Brasil fez 1.813 transplantes de medula óssea em 2013, 3,4% a mais que em 2012. Os números são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Para este ano, o Inca estima em 9.370 os novos casos de leucemia no país.
A batalha pela medula não é uma exclusividade dos pacientes com leucemia. O aposentado Elvis Silva Magalhães, 47, mora em Brasília e demorou 38 anos para conseguir receber a medula de um dos seus irmãos. O transplante ocorreu em 2005 e, segundo ele, resultou na cura de uma doença congênita, a anemia falciforme. A cirurgia ocorreu num centro especializado em Ribeirão Preto (SP). A capital brasileira não faz transplante alogênico.
Elvis se livrou de transfusões de sangue, úlceras e crises de dor decorrentes da doença. Agora, à frente da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falciforme, o aposentado tenta convencer o Ministério da Saúde a editar uma portaria com protocolos para o transplante de medula. Ele foi o segundo a ser transplantado no país, num procedimento experimental.
- É preciso, cada vez mais, fortalecer esse banco de medula óssea e ampliar os registros - defende.
MINISTÉRIO DA SAÚDE PRETENDE RECORRER
O Ministério da Saúde pretende recorrer das decisões da Justiça que derrubam o teto de doadores da medula em Franca (SP) e em Goiás. De acordo com o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do ministério, Heder Murari Borba, as ações movidas na Justiça “são eivadas de boa índole”, mas não fazem sentido do ponto de vista técnico. Por isso, a recomendação técnica é de contestar as decisões judiciais.
– O banco do Brasil é o maior banco público do mundo. O da Alemanha e o dos Estados Unidos são privados. As portarias visam a qualificar os doadores. Geneticistas dizem que não adianta buscar doadores de forma aleatória – diz Borba.
O coordenador reconhece que o tempo de espera pela medula óssea é longo. O ministério vai anunciar medidas nos próximos dias para melhorar o sistema, segundo ele.
– A principal medida não é aumentar a quantidade de doadores, mas regular os leitos e ampliar o atendimento. As medidas vão contemplar essa questão dos leitos, com uma regulação a partir de Brasília.
O banco genético já existente no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) está sendo estudado para que se identifique, do ponto de vista genético, quais regiões necessitam de uma ampliação do teto de doadores. Mudanças estão previstas para 2015.
– O Brasil está interligado com outros países do mundo, tudo pago pelo SUS. Para se ter uma ideia, o segundo maior banco na América Latina é o da Argentina, com 400 mil doadores cadastrados. É preciso que se façam buscas em regiões onde há pares genéticos raros. Todos os alelos do Redome estão sendo analisados – afirma o coordenador do Ministério da Saúde.
Fonte: O Globo.
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
SAÚDE
Menos agressiva e relativamente
mais simples que a doação de órgãos, a doação de medula óssea é a
alternativa para doenças que comprometem o funcionamento desse órgão.
Desde 1993, o Brasil conta com um banco, o Registro Nacional de Doadores
de Medula Óssea (Redome), que recebe o cadastro de voluntários a
participar do processo de doação. Entretanto, somente o registro não é
suficiente para garantir que a busca realizada pelo Redome funcione. É
preciso que, periodicamente, o doador atualize as informações fornecidas
no cadastro, de modo a fornecer subsídios eficientes para que o sistema
possa reunir doador e paciente. Em 11 anos, o sucesso das
compatibilidades aumentou em mais de 300%.
Quando o paciente não possui nenhum parente capaz de doar, o próximo passo é partir para a procura de doadores voluntários. O Redome permite que qualquer pessoa se coloque a disposição para o processo de doação. A partir de 1998, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) passou a ser responsável pelo registro. O voluntário deve preencher um formulário que reúne o maior número possível de informações a fim de facilitar a procura. Atualmente, o sistema conta com 3,5 milhões de doadores cadastrados. Por ano, recebe, em média, de 400 a 470 novos registros. De acordo com o Inca, trata-se do terceiro maior registro de doadores do mundo.
O coordenador do Redome e diretor do Centro de Transplantes do Inca, Luiz Fernando Bouzas, explica que, quando o voluntário realiza a inscrição, uma amostra sanguínea é recolhida para que o doador também seja submetido ao exame de HLA, teste de histocompatibilidade que identifica as características de cada indivíduo. A busca é iniciada automaticamente. “É imprescindível que o doador cadastre o maior número de informações possíveis, de modo a facilitar o processo quando for preciso encontrá-lo. Além disso, ele precisa mantê-lo atualizado. Quando muda de endereço ou de telefone, por exemplo, deve informar o Redome”, esclarece. A responsabilidade da mudança no cadastro é dele próprio e essa atualização pode ser realizada através do site do Inca (www.inca.gov.br).
De acordo com Bouzas, por vezes, os doadores se confundem e pensam que a amostra de sangue já consta como doação da medula em si. “Quem aceita ser doador precisa estar ciente que pode se inscrever hoje e ser chamado daqui a cinco, dez anos.” Essa incerteza pode causar transtornos. Em dez anos, a vida do doador pode mudar radicalmente. “A pessoa pode engravidar, contrair uma doença, estar inapto a abandonar o trabalho por uns dias. Os fatores de impedimento da doação são inúmeros e ninguém pode ser obrigado a fazer o gesto”, explica Bouzas.
O processo de inscrição de pacientes é simples e informatizado. O médico que for responsável pelas informações as inscreve no sistema do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), incluindo o resultado do exame de HLA. Identificados os possíveis doadores, a informação é retransmitida ao médico, que analisa, junto com o Redome, quais as melhores opções de doadores para cada caso específico.
Sara esperava por um transplante de medula e, de acordo com Bouzas, não o recebeu por não ter as condições de saúde necessárias para aguentar a operação. “Tínhamos identificado três doadores preliminares para o caso dela. Uma estava grávida, outro não era compatível. O terceiro estava esperando que ela melhorasse para realizar a doação”, alega.
O sistema de procura de doadores e realização do transplante é totalmente financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando a busca nacional falha, o Redome realiza um rastreio internacional, a fim de encontrar um doador o mais rápido possível. “As buscas preliminares podem resultar em vários doadores. Quando analisado com afinco, esse número pode ser reduzido ou até eliminado”, explica Bouzas.
O Inca estima que, em média, de 800 a 1.200 novos casos sejam registrados por ano. Bouzas elucida que esse dado é bastante dinâmico. “Quando o paciente é diagnosticado com leucemia, por exemplo, já entra para o sistema como possível receptor. Ele pode melhorar de outra forma ou vir a falecer, e acaba não recebendo o transplante.” De acordo com o diretor, aproximadamente 85% dos pacientes encontram um doador preliminar. Após o exame de compatibilidade, o número cai para 65%. “O número de voluntários cresceu bastante. Em 2003, os resultados contemplavam somente 15% dos pacientes.”
O Rio Grande do Sul está entre os cinco estados que mais possuem voluntários para a ação, ao lado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Vítimas de enfermidades hematológicas, onco-hematológicas, imunodeficiências, doenças genéticas hereditárias, tumores sólidos e doenças auto-imunes estão entre as que recebem indicações para transplante. Em alguns casos, somente a quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, não são suficientes. O transplante passa a ser a melhor chance de cura para o paciente.
Notícia da edição impressa do JORNAL DO COMÉRCIO de 21/10/2014
Cadastro atualizado de medula orienta doação
Índice de compatibilidades obtidas pelo registro nacional de doadores aumentou mais de 300% em 11 anos
Foto: Google imagens.
Quando o paciente não possui nenhum parente capaz de doar, o próximo passo é partir para a procura de doadores voluntários. O Redome permite que qualquer pessoa se coloque a disposição para o processo de doação. A partir de 1998, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) passou a ser responsável pelo registro. O voluntário deve preencher um formulário que reúne o maior número possível de informações a fim de facilitar a procura. Atualmente, o sistema conta com 3,5 milhões de doadores cadastrados. Por ano, recebe, em média, de 400 a 470 novos registros. De acordo com o Inca, trata-se do terceiro maior registro de doadores do mundo.
O coordenador do Redome e diretor do Centro de Transplantes do Inca, Luiz Fernando Bouzas, explica que, quando o voluntário realiza a inscrição, uma amostra sanguínea é recolhida para que o doador também seja submetido ao exame de HLA, teste de histocompatibilidade que identifica as características de cada indivíduo. A busca é iniciada automaticamente. “É imprescindível que o doador cadastre o maior número de informações possíveis, de modo a facilitar o processo quando for preciso encontrá-lo. Além disso, ele precisa mantê-lo atualizado. Quando muda de endereço ou de telefone, por exemplo, deve informar o Redome”, esclarece. A responsabilidade da mudança no cadastro é dele próprio e essa atualização pode ser realizada através do site do Inca (www.inca.gov.br).
De acordo com Bouzas, por vezes, os doadores se confundem e pensam que a amostra de sangue já consta como doação da medula em si. “Quem aceita ser doador precisa estar ciente que pode se inscrever hoje e ser chamado daqui a cinco, dez anos.” Essa incerteza pode causar transtornos. Em dez anos, a vida do doador pode mudar radicalmente. “A pessoa pode engravidar, contrair uma doença, estar inapto a abandonar o trabalho por uns dias. Os fatores de impedimento da doação são inúmeros e ninguém pode ser obrigado a fazer o gesto”, explica Bouzas.
O processo de inscrição de pacientes é simples e informatizado. O médico que for responsável pelas informações as inscreve no sistema do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), incluindo o resultado do exame de HLA. Identificados os possíveis doadores, a informação é retransmitida ao médico, que analisa, junto com o Redome, quais as melhores opções de doadores para cada caso específico.
Aumento no número de voluntários faz crescer chances de encontrar doador no sistema
A morte de uma menina de nove anos, em Natal (RN), no início deste mês, acendeu um alerta. Sara Dantas morreu devido a uma pneumonia originada por complicações da leucemia. O caso chegou a ser divulgado como resultado de uma falha no processo de procura de doadores.Sara esperava por um transplante de medula e, de acordo com Bouzas, não o recebeu por não ter as condições de saúde necessárias para aguentar a operação. “Tínhamos identificado três doadores preliminares para o caso dela. Uma estava grávida, outro não era compatível. O terceiro estava esperando que ela melhorasse para realizar a doação”, alega.
O sistema de procura de doadores e realização do transplante é totalmente financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando a busca nacional falha, o Redome realiza um rastreio internacional, a fim de encontrar um doador o mais rápido possível. “As buscas preliminares podem resultar em vários doadores. Quando analisado com afinco, esse número pode ser reduzido ou até eliminado”, explica Bouzas.
O Inca estima que, em média, de 800 a 1.200 novos casos sejam registrados por ano. Bouzas elucida que esse dado é bastante dinâmico. “Quando o paciente é diagnosticado com leucemia, por exemplo, já entra para o sistema como possível receptor. Ele pode melhorar de outra forma ou vir a falecer, e acaba não recebendo o transplante.” De acordo com o diretor, aproximadamente 85% dos pacientes encontram um doador preliminar. Após o exame de compatibilidade, o número cai para 65%. “O número de voluntários cresceu bastante. Em 2003, os resultados contemplavam somente 15% dos pacientes.”
O Rio Grande do Sul está entre os cinco estados que mais possuem voluntários para a ação, ao lado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro. Vítimas de enfermidades hematológicas, onco-hematológicas, imunodeficiências, doenças genéticas hereditárias, tumores sólidos e doenças auto-imunes estão entre as que recebem indicações para transplante. Em alguns casos, somente a quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, não são suficientes. O transplante passa a ser a melhor chance de cura para o paciente.
Notícia da edição impressa do JORNAL DO COMÉRCIO de 21/10/2014
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Um novo capítulo
Menina que recebeu doação de medula da irmã tem alta do hospital
Menina de Gravataí, seis anos, recebeu um transplante da mana Antônia, um ano, que foi gerada para salvar sua vida
por Kamila Almeida
Ana Luiza teve alta do Hospital de Clínicas na manhã de sexta-feira
Foto:
Ricardo Duarte / Agencia RBS
Os planos da família de Gravataí que gerou um bebê para salvar a filha com problema de medula óssea deram importantes passos rumo ao final feliz. Após 35 dias do transplante que foi um sucesso, ontem, Ana Luiza, seis anos, teve alta do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
A menina fez questão de escolher o modelito da saída: vestido preto com generosas bolas brancas, casaco bege e, na cabeça, lenço de estampa petit-pois. Três quilos mais magra do que na internação, careca, com a pele escurecida devido às sessões de quimioterapia que prepararam o organismo para o transplante, Ana chegou em casa às 11h com o bom-humor de sempre. Na cozinha, uma festa surpresa a esperava para comemorar o aniversário uma semana atrasado.
Ana Luiza com os pais e a irmã, Antônia, e o irmão, Alex Júnior
Foto: Ricardo Duarte
Alex Junior, 22 anos, o irmão mais velho, era a única visita autorizada no hospital, além dos pais Gerciani Cunha da Costa, 39 anos, e Alex Gularte da Costa, 45 anos. Avó, tia, e primas que ficaram dois meses impedidas de vê-la devido ao rigor da unidade de tratamento caíram no choro quando a enxergaram. Os minutos de silêncio tomados pela emoção foram quebrados pelos gritinhos de Antônia, a criança de um ano que deu nova vida à família ao doar 260ml de medula para a irmã.
A nova aparência de Ana, que tentava beijá-la e apertá-la como de costume, gerou estranheza em Antônia de início. O bebê também zangava-se com quem quisesse tirar-lhe do colo materno do qual ficou distante os 62 dias que Gerciani cuidou de Ana no hospital. O almoço de boas-vindas foi planejado por Ana e executado pela a avó: panquecas de carne. Apesar de aparentar boa saúde e estar com 100% da medula regenerada — a doença que acometeu a menina se chama aplasia medular, quando a medula óssea que produz todos os componentes imunológicos do sangue deixa de funcionar —, serão três meses de cuidados extremos.
Saúde da menina agora é comparada a de um bebê
A "pega", jargão médico para definir a hora em que a medula nova passa a produzir células normais, ocorreu 20 dias após o transplante, conforme o esperado. Os primeiros a dar sinais foram os neutrófilos — ultrapassando o valor de 1,5 mil na contagem. Nos últimos três anos, ela viveu com menos de cem deles. Nas próximas semanas, os glóbulos vermelhos e por último as plaquetas devem se manifestar.
— E eu já vou poder me gripar? — quis saber a menina, arrancando risos dos médicos antes da alta.
A saúde dela agora é comparada a de um bebê, e as células de defesa do organismo ainda estão sendo treinadas para o ataque de qualquer invasor. Um resfriado, portanto, não seria bem-vindo. Os sinais mais claros de que nasceu de novo estão nas vacinas, que devem ser todas refeitas em um ano. Depois, poderá frequentar a escola.
— A medula, que antes era vazia, está repleta de células em crescimento. A recuperação dela foi impressionante — disse Liane Daudt, chefe do Serviço de Hematologia Clínica e Transplante de Medula Óssea do Clínicas.
As consultas semanais seguirão indispensáveis, mas a família já começa a enxergar com maior nitidez a concretização de pequenos sonhos. Em seis meses, Ana estará pronta para brincar no parque de diversões. Serão os primeiros passos marcantes para uma vida nova.
Uma longa espera
– Há três anos, Ana Luiza descobriu que tinha aplasia medular — quando a medula óssea que produz os componentes imunológicos do sangue deixa de funcionar.
– O transplante de medula óssea era a única chance de salvação, mas não foi localizado doador compatível.
– Os pais decidiram gerar um bebê, por meio de seleção embrionária, para que fosse compatível.
– Antônia nasceu em junho de 2013. A esperança era de que as células-tronco do cordão umbilical fossem suficientes para fazer o transplante. Mas ela nasceu prematura e não foi possível coletar células suficientes.
– A equipe médica teve de esperar até que Antônia completasse um ano para poder fazer a coleta.
– Em 29 de agosto, Ana recebeu a medula da irmã. A " pega", jargão médico para designar quando a medula nova do receptor começa a produzir células normais, pode ocorrer entre o 15º e o 21º dia após o transplante.
A menina fez questão de escolher o modelito da saída: vestido preto com generosas bolas brancas, casaco bege e, na cabeça, lenço de estampa petit-pois. Três quilos mais magra do que na internação, careca, com a pele escurecida devido às sessões de quimioterapia que prepararam o organismo para o transplante, Ana chegou em casa às 11h com o bom-humor de sempre. Na cozinha, uma festa surpresa a esperava para comemorar o aniversário uma semana atrasado.
Foto: Ricardo Duarte
Alex Junior, 22 anos, o irmão mais velho, era a única visita autorizada no hospital, além dos pais Gerciani Cunha da Costa, 39 anos, e Alex Gularte da Costa, 45 anos. Avó, tia, e primas que ficaram dois meses impedidas de vê-la devido ao rigor da unidade de tratamento caíram no choro quando a enxergaram. Os minutos de silêncio tomados pela emoção foram quebrados pelos gritinhos de Antônia, a criança de um ano que deu nova vida à família ao doar 260ml de medula para a irmã.
A nova aparência de Ana, que tentava beijá-la e apertá-la como de costume, gerou estranheza em Antônia de início. O bebê também zangava-se com quem quisesse tirar-lhe do colo materno do qual ficou distante os 62 dias que Gerciani cuidou de Ana no hospital. O almoço de boas-vindas foi planejado por Ana e executado pela a avó: panquecas de carne. Apesar de aparentar boa saúde e estar com 100% da medula regenerada — a doença que acometeu a menina se chama aplasia medular, quando a medula óssea que produz todos os componentes imunológicos do sangue deixa de funcionar —, serão três meses de cuidados extremos.
Saúde da menina agora é comparada a de um bebê
A "pega", jargão médico para definir a hora em que a medula nova passa a produzir células normais, ocorreu 20 dias após o transplante, conforme o esperado. Os primeiros a dar sinais foram os neutrófilos — ultrapassando o valor de 1,5 mil na contagem. Nos últimos três anos, ela viveu com menos de cem deles. Nas próximas semanas, os glóbulos vermelhos e por último as plaquetas devem se manifestar.
— E eu já vou poder me gripar? — quis saber a menina, arrancando risos dos médicos antes da alta.
A saúde dela agora é comparada a de um bebê, e as células de defesa do organismo ainda estão sendo treinadas para o ataque de qualquer invasor. Um resfriado, portanto, não seria bem-vindo. Os sinais mais claros de que nasceu de novo estão nas vacinas, que devem ser todas refeitas em um ano. Depois, poderá frequentar a escola.
— A medula, que antes era vazia, está repleta de células em crescimento. A recuperação dela foi impressionante — disse Liane Daudt, chefe do Serviço de Hematologia Clínica e Transplante de Medula Óssea do Clínicas.
As consultas semanais seguirão indispensáveis, mas a família já começa a enxergar com maior nitidez a concretização de pequenos sonhos. Em seis meses, Ana estará pronta para brincar no parque de diversões. Serão os primeiros passos marcantes para uma vida nova.
Uma longa espera
– Há três anos, Ana Luiza descobriu que tinha aplasia medular — quando a medula óssea que produz os componentes imunológicos do sangue deixa de funcionar.
– O transplante de medula óssea era a única chance de salvação, mas não foi localizado doador compatível.
– Os pais decidiram gerar um bebê, por meio de seleção embrionária, para que fosse compatível.
– Antônia nasceu em junho de 2013. A esperança era de que as células-tronco do cordão umbilical fossem suficientes para fazer o transplante. Mas ela nasceu prematura e não foi possível coletar células suficientes.
– A equipe médica teve de esperar até que Antônia completasse um ano para poder fazer a coleta.
– Em 29 de agosto, Ana recebeu a medula da irmã. A " pega", jargão médico para designar quando a medula nova do receptor começa a produzir células normais, pode ocorrer entre o 15º e o 21º dia após o transplante.
Fonte: Zero Hora.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
'Não senti medo', diz menino de 6 anos após doar
medula para a irmã
Nesta segunda (25), José Carlos salvou a vida da irmã, de apenas 3 anos.
Menina foi diagnosticada com leucemia e faz tratamento em Natal.
Para a família, o pequeno José Carlos, de 6 anos, é um herói (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Segundo o médico oncologista Henrique Fonseca, o procedimento não oferece riscos. "O doador praticamente não tem riscos. É um procedimento seguro e em poucos dias essa medula já volta ao normal. Ele pode, inclusive, voltar a fazer doações quantas vezes quiser", disse. O médico acrescenta que o procedimento para realização do transplante é simples e não necessita ser realizado em uma sala de cirurgia. Funciona de forma semelhante a uma transfusão de sangue.
Para Patrícia Almeida, mãe das crianças, a segunda-feira foi de renascimento para a pequena Bibi. "É um dia de vitória, de alegria. É muito melhor do que ganhar na Mega-Sena", comemorou.
Entre os meses de janeiro e julho de 2014, foram realizados 37 transplantes de medula óssea no Rio Grande do Norte. Para quem pretende se tornar doador, é preciso ter entre 18 e 55 anos.
Cadastro
Diretor do Departamento de Hemoterapia do Hemocentro, Rodrigo Villar explica que o primeiro passo para quem pretende ser um doador de medula óssea é se cadastrar na unidade. Quando é compatível com alguém, o possível doador tem que fazer exames para saber se está bem de saúde e apto a doar.
Segundo ele, o transplante pode ser feito de duas formas. A mais comum, por meio de uma punção da medula óssea. O procedimento é realizado no centro cirúrgico, com anestesia geral. “É simples. Não podemos dizer que o risco é zero porque envolve um procedimento cirúrgico, mas é um risco mínimo. O doador terá alta em um ou dois dias e poderá ficar com um certo desconforto no local da punção, mas é uma dor que pode ser resolvida com um analgésico. A dor é irrisória perante o benefício que o doador estará fazendo para a vida de alguém”, disse o médico.
O hematologista Rodrigo Villar explica que os riscos são mínimos para o doador (Foto: Fernanda Zauli/G1)
“Quem tem a oportunidade de doar a medula óssea está sendo agraciado, abençoado, porque está tendo a oportunidade de restaurar, de salvar uma vida”, disse Rodrigo Villar.
Quem já é cadastrado como doador de medula óssea pode atualizar o cadastro sempre que necessário no site do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Fonte: G1 - RN.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
SAÚDE NASCIDA PARA SALVAR
ESPERANÇA EM FAMÍLIA
ANTÔNIA É FRUTO de fertilização pensada para salvar a irmã, Ana Luiza. Agora, ela completou doação de medula em busca de vida normal às duas
Os 260ml de medula óssea da caçula deixaram a conta-gotas o recipiente similar a uma bolsa de sangue, percorreram um fio transparente e penetraram o corpo da irmã Ana Luiza, cinco anos, rumo à cura de uma aplasia medular que a fez crescer em uma redoma por dois anos e 11 meses. O transplante ocorreu às 15h8min de sexta- feira e terminou às 16h2min do mesmo dia, sob a vigília de enfermeiros e médicos e dos pais Gerciani Cunha da Costa, 39 anos, e Alex Gularte da Costa, 45.
O procedimento foi realizado no mesmo quarto em que Ana está internada, no Centro de Transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Para se preparar, ela pegou o rímel da mãe escondido, passou protetor labial cor-de-rosa e acomodou uma flor gigante na cabeça. Aos pés da cama, as bonecas, Aila, Dora e Luiza. Queria tudo impecável. Assim que o transplante começou, a mãe, sempre falante, ficou muda. O pai não tirava os olhos da menina, emocionado. Ana Luiza permanecia estática, mexendo apenas os olhos.
– Queremos tirar uma foto contigo, Ana – disse Gerciani.
A menina a fitou contrariada.
– Claro, tiramos no dia que tu nasceste. Vamos fazer uma agora bem bonita – explicou a mãe.
– Tá bem, no dia em que eu renasci, né? – consentiu Ana.
Minutos antes da infusão da medula, Ana interrogou a médica:
– Como que a medula sabe que tem de ir para o lugar certo, já que a gente recebe na veia e sangue não tem olho nem pé para andar?
– Sangue enxerga e anda até de skate. Corre e sabe onde ficar, é muito esperto – rebateu Liane Daudt, chefe do Serviço de Hematologia Clínica e Transplante de Medula Óssea do Clínicas.
Ao fim do procedimento, Gerciani foi até o quarto de Antônia, cinco andares acima.
– Deu tudo certo com a mana. Tu vais salvá-la – disse, enquanto a bebê se jogava em direção à mãe.
Fora reações já esperadas, de vômito, prostração e dor de cabeça, Ana passa bem. Até as 19h de ontem, o estado de saúde era estável. Antônia já teve alta. Sem a irmã, embrião produzido em laboratório, Ana Luiza não sobreviveria. A gestação de Antônia não seria programada pelos pais sem a necessidade de um doador 100% compatível. No meio médico, o feito – realizado em uma clínica de reprodução particular de Porto Alegre –, pioneiro no Estado e segundo no país, é sinônimo de dilema e controvérsia, pois muitos especialistas julgam antiético criar um ser para salvar outro.
Para os Cunha, foi uma decisão baseada no desespero de manter vivo um filho e na capacidade de dar amor “ao anjo” que chegou para ampliar a família. A história foi tema de reportagem em ZH em 4 de maio (veja acima, no detalhe).
A pega da medula, jargão para definir a hora em que um novo sistema imunológico passa a orquestrar o corpo do receptor e é retomada a produção das células do sangue, tem um prazo de 21 dias para acontecer. Ana Luiza ainda poderá enfrentar infecções e tem a chance de as células-tronco recebidas da irmã não reconhecerem os órgãos do seu corpo. Mesmo as irmãs sendo totalmente compatíveis, em 5% a 10% dos casos não ocorre a pega da medula. Além disso, o risco de morte é de 15% e, em 70% dos transplantados, ocorre a Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro, que é quando o sistema imunológico novo não percebe os órgãos do corpo receptor como próprios dele.
Quanto mais tempo houver de doença, maiores são os riscos. Esse é o caso de Ana. Um dos motivos para que os médicos que cuidavam do transplante fossem contrários à gravidez programada.
Gerciani é professora de matemática. A teimosia da filha em viver a fez deixar de crer em probabilidades. O primeiro tratamento prometia 80% de certeza de que a medula acordaria. Nada. A expectativa de 25% de chance de o irmão Alex Junior, 22 anos, ser compatível não se confirmou. A chance de encontrar um doador compatível é de um a cada 100 mil doadores cadastrados no banco de medulas. Se a mãe tivesse engravidado espontaneamente, precisaria de 13 gestações. No caso de Antônia, foram feitos dezenas de embriões até um ser compatível.
– Se tiver 1% de chance de dar certo, vamos transformá-la em 100% – confia a mãe.
Com o resultado dos exames comparados aos de um adulto saudável, Antônia não ficou debilitada pela gripe. Em função do pouco tamanho, a doação da medula ocorreu em duas etapas – uma em 18 de julho e outra em 29 de agosto.
Ana já disse mais de uma vez que as crianças são muito mais fortes do que os adultos. Tirando a palidez do rosto, a altivez de Ana mascara a doença que lhe põe entre a vida e a morte diariamente.
– Ela é praticamente um milagre. A totalidade dos pacientes não resiste tanto tempo. O fato de ela ter ficado quase dois anos sem febre e sem internar é realmente muito fora da normalidade. A mãe dela tem toda a razão de desconfiar das probabilidades – disse a médica Liane Daudt.
Enquanto a mãe zelará pela saúde da Ana, o pai pediu licença do Exército, onde é sargento, para cuidar da menor, com o auxílio de familiares. Em algumas de suas visitas diárias ao hospital, Alex tem levado Antônia para ficar com Gerciani no pátio. Ana mata a saudade da irmã por meio de vídeos e fotos.
Esta história se mistura a de tantos outros pacientes que precisam de uma medula nova para sobreviver, não fosse o detalhe de ter um doador encomendado para a salvação. Aguardando pela chance de cura através da medula, há hoje no Brasil 1,3 mil pacientes – sendo mais de 90 no Rio Grande do Sul.
– Se mais pessoas se cadastrassem, quem sabe todo este sofrimento tivesse sido contornado no início. A parte boa é que agora temos também a Antônia, que amamos demais – avaliou Alex, o pai.
A previsão de internação é de mais 40 a 60 dias. Em casa, os cuidados seguirão rigorosos. Os primeiros três meses são os mais críticos. Ana ainda vai levar dois anos para frequentar a escola, quando se espera que esteja curada. Esse é o maior sonho do pai.
– Nas brincadeiras em casa, ela cita os nomes das amiguinhas de quando tinha três anos e frequentava a escola. Ela só teve aquelas. Sinto que ela está perdendo uma parte da infância. Agora está enclausurada para poder voar por aí – disse Alex.
E os planos para quando ela voltar para casa?
– Não sei nem mais receber visita. A família toda precisará de terapia, mas o tratamento que eu achei mais adequado foi ver a Antônia e a Ana no dia a dia, que elas estão lutando, Antonia se mantendo saudável e Ana implorando para viver – crê Gerciani.
COMO SER UM DOADOR? |
-Para ingressar no cadastro de medula óssea são retirados 10ml de sangue (onde se identifica o HLA – espécie de “código de barras” de cada pessoa), e preenche um formulário com dados pessoais. |
-Podem se tornar doadores voluntários pessoas entre 18 e 60 anos. |
-Os dados do sangue e as informações pessoais ficam cadastradas no sitema informatizado que realiza o cruzamento dos dados do paciente que necessita de um transplante e fica disponível para doação até os 65 anos. |
-A necessidade dos pacientes que aguardam por transplante é urgente, por isto. É importante manter os dados do cadastro atualizados para que os doadores sejam facilmente localizados. Mudanças podem ser informados pelo site www.inca.gov.br/doador |
Fonte: Zero Hora: 01/09/2014.
domingo, 31 de agosto de 2014
Mais de 200 pessoas se cadastram para doar medula óssea em Lajeado, RS
Assista aqui reportagem veiculada no RBS Notícias em 31 de julho de 2014.
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