terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Começa a 6ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea


Abertura da 6ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. Foto: Sergio Neglia


O ano de 2014 já contabiliza 3,6 milhões de pessoas cadastradas como doadoras de medula óssea no país, sendo cerca de 300 mil no Rio Grande do Sul  (veja aqui os gráficos). O número foi comemorado pelo deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS) na abertura da 6ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, que teve início ontem (14) e vai até o próximo dia 21 de dezembro. Neste período, serão realizadas diversas ações de incentivo ao cadastro da população no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), em todo o Brasil. No domingo, em Porto Alegre, aconteceu a 2ª Caminhada da Semana, no Parque da Redenção, para conscientizar as pessoas da importância do cadastramento de possíveis doadores.
A campanha foi instituída pela Lei nº 11.930/09, de autoria do deputado Beto Albuquerque, que ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho do parlamentar gaúcho. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença.
Durante a abertura oficial das atividades, realizada nesta segunda-feira (15), na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Beto destacou que neste ano foram realizados no Brasil, 250 transplantes não-aparentados, que é o transplante mais difícil porque depende do cadastro do cidadão e da compatibilidade genética. “Só um banco cada vez maior é capaz de fazer transplantes de pessoas não-aparentadas. Se somarmos a todos os tipo de transplantes (autólogos – onde o paciente é seu próprio doador – e aparentados – quando o doador pertence a família), chegamos a 12.556 transplantes de medula óssea no país”, comemorou.
Segundo Beto, apesar dos avanços, a necessidade de ampliar o número de leitos é um novo problema. “Há um ajuste que o governo federal precisa fazer que é incluir na lista do Sistema Único de Saúde (SUS), alguns medicamentos que são caros no tratamento da leucemia e que acabam caindo na conta do hospital. “Muitos hospitais não ampliam os leitos porque podem estar ampliando uma despesa que não é ressarcida. Este é um quadro que precisamos enfrentar”.
Ao encerrar, Beto anunciou a destinação de recursos para melhorar a área da saúde. “Este ano encerro minhas atividades como deputado federal, mas vou deixar praticamente todas as emendas parlamentares que eu tenho disponível para o próximo ano locadas na área hospitalar e muitas para o tratamento de leucemia”. Entre os investimentos anunciados, estão R$ 1,5 milhão para a Santa Casa, R$ 1,5 milhão para o Hospital Conceição e cerca de R$ 4 milhões para o Instituto do Câncer Infantil do Hospital de Clínicas.
Durante a atividade na Câmara de Vereadores, a unidade móvel do Hemocentro cadastrou 53 novos doadores em pouco mais de três horas. O ato contou com a presença do presidente da Câmara, vereador Carlos Garcia, da vereadora e autora da Lei que instituiu a Semana Municipal de Doação de Medula Óssea, Jussara Cony, do médico hematologista, Marcelo Capra, vereadores e servidores da Casa.
Brasília – Na Câmara dos Deputados, a cerimônia de abertura da Semana será realizada amanhã (16), às 15h, no Hall da Taquigrafia, com as presenças do deputado Beto Albuquerque; do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF); do superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, Dr. João Gabbardo dos Reis; da diretora Presidente da Fundação Hemocentro de Brasília, Dra. Beatriz Mac Dowell Soares; e do coordenador Geral de Transplante do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.
Na mesma data, estará disponível, também no Hall da Taquigrafia, unidade de captação externa do Hemocentro de Brasília para coleta de amostra de sangue e cadastramento no Redome. Os interessados poderão realizar o cadastro até o dia 17, das 14h às 17h. No local, entre os dias 15 e 19, serão exibidos vídeos com informações sobre a doação e o tratamento. 


Caminhada da Medula reuniu dezenas de pessoas na Redenção. Foto: Sergio Neglia



Este é o sexto ano de realização da campanha idealizada pelo parlamentar socialista e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de doadores voluntários aumentou significativamente. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Atualmente, com 3,6 milhões de doadores inscritos, esse percentual subiu para 70%.
Ainda de acordo com o Inca, o Brasil registra cerca de 10 mil novos casos de leucemia a cada ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma o deputado.
A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.
Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.

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