sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Hemoce atinge recorde de doações e inova em tecnologia e serviços


O balanço do ano de 2015 para o Hemoce foi positivo. Além do crescimento de 4,8% no número de doações em relação a 2014, houve inovações tecnológicas e implantação de novos serviços. Em todo o Ceará, foram registradas 110.355 doações de sangue pela Hemorrede Estadual entre o dia 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2015. Mais do que as 105.279 doações recebidas em 2014. Esse número representa um recorde nos 32 anos de funcionamento do órgão.

“Nós agradecemos a todos que dedicaram algumas horas do dia para ajudar a quem precisa doando sangue. Foi um número que superou as expectativas e isso é a prova que a população cearense faz desse gesto de amor, um compromisso”, afirma a diretora geral do Hemoce, Luciana Carlos. Um dos períodos em que houve maior número de doações ocorreu durante a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, que aconteceu de 23 a 29 de novembro. Durante a semana comemorativa, foram contabilizadas 3.439 doações nas unidades do Hemoce em apenas sete dias.

Além do crescimento nas doações de sangue, o Hemoce superou a meta de cadastro de doadores de medula óssea em 2015. Mais de 20 mil pessoas foram cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), um sistema criado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), para registrar as informações de possíveis doadores. A cota estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 15 mil voluntários, anualmente. Desde 2000 o Hemoce já cadastrou 154.758 pessoas no Redome. Com isso aumenta as chances de compatibilidade entre doadores e pacientes do mundo inteiro que aguardam para realizar transplante de medula óssea.

Em 2015, foi realizado no Ceará o primeiro transplante de aplasia medular, o procedimento é resultado da parceria do Hemoce com o Hospital Universitário Walter Cantídio. A paciente transplantada foi uma mulher de 30 anos de idade, que mora na cidade de Pacatuba, a dona de casa já recebeu alta e passa bem. De acordo com o Hematologista Fernando Barroso, chefe da equipe de transplante do Hemoce e do HUWC, a doença provoca a falência da medula, ou seja, a produção das células do sangue deixa de existir e em alguns pacientes a única chance de sobrevivência é o transplante. A parceria entre o Hemoce e o Hospital Universitário acontece desde 2008 e iniciou com a realização de transplantes de medula óssea autólogo, quando a medula transplantada é do próprio paciente.

Mais inovações foram agregadas ao Hemoce em 2015, que passou a ter o primeiro banco de tecidos ovarianos do Ceará. É o único serviço público do Brasil a contar com esse tipo de procedimento. Com a nova técnica, as mulheres que tiveram diagnóstico de câncer podem manter sua fertilidade após o tratamento oncológico. De acordo com o ginecologista João Marcos Meneses, responsável pelo projeto, os ovários das pacientes que se submetem a radioterapia ou quimioterapia sofrem agressão química ou física durante o tratamento contra o câncer, podendo causar a infertilidade e até a menopausa precoce, ou seja, impossibilitando ou dificultando futuras gestações. Para tornar o sonho da gravidez uma realidade, os óvulos das pacientes com câncer, que ainda não se submeteram a quimioterapia, são congelados por tempo indeterminado. No futuro, quando a paciente já estiver curada do câncer, o óvulo pode ser reimplantado para tornar possível a gravidez.

Foi em 2015 que o Ceará se tornou o primeiro Estado do país a ter uma Hemorrede pública totalmente informatizada pelo padrão ISBT 128, código internacional para identificação de hemocomponentes, o que torna possível a identificação das bolsas de sangue em qualquer parte do mundo, de acordo com padrões da Organização Mundial da Saúde e recomendações do Ministério da Saúde. Outra conquista da Hemorrede foi à centralização dos testes de classificação sanguínea dos doadores da hemorrede no Hemocentro Coordenador de Fortaleza, a exemplo do que já acontecia nos laboratórios de sorologia e biologia molecular – NAT. De acordo com Denise Brunetta, médica coordenadora do setor, essa centralização trouxe padronização para os exames de todos os doadores aumentando a segurança e qualificação dos resultados.

Oferecer serviços de excelência é uma das missões do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará e, em 2015, o Hemoce recebeu mais uma vez a certificação ISO 9001:2008, isto significa que hemocentro do Ceará possui um sistema de gestão e qualidade com padrão internacional voltado para o ciclo do sangue. Desde 2012 o Hemoce é certificado pela norma ISO 9001:2008 e este é o segundo ciclo de certificação que o órgão participa. Cada ciclo é divido em três anos. O Hemoce ainda passa por mais duas auditorias, a primeira em 2016, e a segunda em 2017, para assegurar que o padrão continua sendo aplicado.

O Hemoce ajuda diariamente a salvar vidas de pessoas que depende das transfusões de sangue e transplante de medula óssea para sobreviver. O sangue doado na Hemorrede Estadual abastece 388 serviços de saúde entre hospitais, UPAs, policlínicas e clinicas de hemodiálise, atendendo cerca de 8 milhões de cearenses nos 184 municípios do Estado.

O que é necessário para doar:
Para ser um doador de sangue é preciso: estar saudável, bem alimentado, ter mais de 50kg, ter entre 16 a 69 anos de idade e apresentar um documento oficial e original com foto. Atenção: os menores de 18 anos precisam apresentar o termo de consentimento para menores de 18 anos, disponível para download no site do Hemoce (www.hemoce.ce.gov.br).

07.01.2016

Assessoria de Imprensa do Hemoce
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Ana Martins
Gestora de Célula / Monitoramento

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Saiba a diferença entre a doação de medula óssea e do cordão umbilical



O sangue do cordão umbilical do recém-nascido é rico em células-tronco, que são capazes de se diferenciar nos diversos tipos de células do sangue. Por isso, o sangue nele contido pode ser doado, e deve ser armazenado em baixíssimas temperaturas, com o objetivo de utilizá-lo em tratamentos e transplantes.

Antigamente, o material contido tanto no cordão, quanto na placenta eram descartados. Hoje, com a tecnologia, pode-se guardar o sangue em um tanque de nitrogênio e manter as células-tronco disponíveis para serem utilizadas no tratamento de doenças que necessitam do transplante de medula óssea.

O transplante de medula óssea é uma opção de tratamento para as pessoas que têm doenças relacionadas ao sangue. Ele substitui a medula doente por uma medula nova, sadia. No entanto, a probabilidade de compatibilidade entre o doador e o doente é muito difícil, quando não se encontram doadores na mesma família, a chance de achar alguém compatível é de uma em um milhão.

O processo de coleta dos doadores de medula óssea é simples. Primeiramente é feita uma coleta de um hemograma para verificar a tipagem genética. Depois os dados são lançados em um cadastro de busca nacional. Assim, os pacientes que necessitam do transplante podem consultar o cadastro e checar se existe algum doador com o perfil genético necessário. Caso encontre, o doador será acionado e questionado a respeito da possibilidade de doação.

A hemoterapeuta e hematologista do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, Ana Luísa Pedroso, explica que "a compatibilidade genética para um transplante de uma medula óssea, tem que estar muito próxima de 100%, isso quando a fonte, o material que vai ser trabalhado, também é uma medula óssea. Quando temos a célula-tronco do sangue de cordão, que é uma célula-tronco com características semelhantes à de medula óssea, mas vinda de uma outra fonte, e que até então era descartada, você consegue realizar um transplante com pelo menos 70% de compatibilidade". Daí vem a importância da doação do cordão umbilical, pois com isso, crescem as chances de encontrar alguém com perfil genético compatível ao do paciente.

O Ministério da Saúde montou uma rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical. A coleta é feita em uma maternidade pública, após a passagem da mãe por uma triagem. Caso a mãe aceite doar o material, a coleta é feita durante o parto. Após feitos testes sorológico e de viabilidade, se aprovado, o sangue é processado e estocado.

Alguns dos requisitos exigidos para a doação do sangue do cordão umbilical são: a mãe deve ter entre 18 e 35 anos, deve ter, pelo menos, duas consultas de pré-natal formalizadas, não pode ter tido nenhuma doença infectocontagiosa durante a gravidez, o parto deve acontecer, no mínimo, com 37 semanas de gravidez, o recém-nascido não pode ter nascido com algum sofrimento e o volume coletado não pode ser inferior a 100 ml, dentre outros requisitos. O procedimento é pago pelo SUS.

Fonte: Gotas Salvadoras