quarta-feira, 3 de abril de 2013


Câncer

Número de pessoas que sobrevivem ao câncer deve aumentar 31% até 2022, diz estudo americano

Previsão está em relatório da Sociedade Americana de Pesquisa sobre o Câncer

Célula cancerígena
Célula cancerígena: a taxa de sobrevivênca não é uniforme para todos os tipos de câncer. O câncer de pulmão, segundo tipo mais comum da doença, representa apenas 3% dos sobreviventes (Thinkstock)
A Sociedade Americana de Pesquisa sobre o Câncer (The American Association for Cancer Research, AACR) divulgou nesta quarta-feira o segundo Relatório Anual de Sobrevivência ao Câncer nos Estados Unidos. O documento, publicado no periódico científico da AACR, Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, prevê um aumento de 31% na sobrevivência ao câncer nos Estados Unidos até 2022: de 13,7 milhões de sobreviventes em janeiro de 2012 para 18 milhões dez anos mais tarde.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Cancer Survivors in the United States: Prevalence across the Survivorship Trajectory and Implications for Care 

Onde foi divulgada: periódico Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention

Quem fez: Janet S. de Moor, Angela B. Mariotto, Carla Parry, Catherine M. Alfano, Lynne Padgett, Erin E. Kent, Laura Forsythe, Steve Scoppa, Mark Hachey e Julia H. Rowland

Instituição: Instituto Nacional do Câncer (National Cancer Institute), nos Estados Unidos

Resultado: O estudo prevê um aumento de 31% na sobrevivência ao câncer nos Estados Unidos até 2022: de 13,7 milhões de sobreviventes em janeiro de 2012 para 18 milhões dez anos mais tarde
O relatório utiliza dados governamentais do programa Surveillance, Epidemiology and End Results, que recolhe informações sobre câncer na população dos Estados Unidos, e de projeções para o censo populacional do país.
Além do aumento estimado no número de sobreviventes ao câncer, o documento mostra que a sobrevivência não é uniforme para todos os tipos de câncer. Atualmente, mulheres com câncer de mama representam 22% dos sobreviventes, enquanto homens com câncer de próstata correspondem a 20%. Pacientes com câncer de pulmão, o segundo tipo mais comum da doença, representam apenas 3% dos sobreviventes.
"Pacientes com câncer de próstata apresentam quase 100% de taxa de sobrevivência em cinco anos. O câncer de mama teve um aumento expressivo, de 75% em 1975 para quase 89% em 2012. Mas nós precisamos de ferramentas de diagnóstico e tratamentos melhores para o câncer de pulmão", afirma Julia Rowland, diretora do Departamento de Sobrevivência ao Câncer do Instituto Nacional do Câncer, parte do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.
Desafios – De acordo com Julia, o aumento do número de pessoas que sobrevivem ao câncer representará um novo desafio para a saúde pública. Pacientes diagnosticados com câncer terão chances maiores de apresentar outras doenças concomitantes que precisarão ser tratadas. Ela também estima que 16% dos pacientes já terão desenvolvido um tumor anteriormente. "Garantir que esses pacientes tenham vidas longas, saudáveis e produtivas será um desafio para todos nós", afirma.

Fonte: Revista Veja. 27/03/2013
 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Células T
Estudo sobre novo tratamento contra a leucemia demonstra avanço

Caso da menina de 7 anos tratada com células T reprogramadas gera esperança em tratamento com modificação genética


Emily Whitehead, não apresenta mais câncer depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados

Cientistas americanos anunciaram nesta segunda-feira o avanço em um novo tipo de terapia celular imunológica que fez desaparecer a leucemia em uma menina usando suas próprias células T reprogramadas para combater o câncer.
O estudo do caso de Emily "Emma" Whitehead, de 7 anos, gera a esperança de um novo caminho contra um tipo de leucemia forte, conhecida como leucemia linfoide aguda (LLA), que poderia inclusive substituir a necessidade de quimioterapia e transplantes de medula óssea algum dia.
Mas a pesquisa publicada na revista New England Journal of Medicine também descreve a tentativa de reprogramar células T ou linfócitos T – os encarregados de coordenar a resposta imunológica celular no nosso organismo – em outra criança que não sobreviveu, apontando para a necessidade de mais estudos para melhorar a terapia que está sendo testada.
A LLA é a forma mais comum de leucemia em crianças e costuma ter cura. No entanto, nos casos das crianças estudadas, tratava-se de um tipo de alto risco que é resistente a tratamentos convencionais, razão pela qual seus pais decidiram que participassem dos testes clínicos deste novo método.
A técnica consiste em eliminar do sangue dos doentes os linfócitos T, principais células do sistema imunológico, para modificá-las geneticamente com a ajuda de um vírus e dotá-las de um receptor molecular que lhes permite atacar as células cancerígenas.
Sem a reprogramação, os linfócitos T não são capazes de combater a doença, mas os cientistas os transformaram em células CTL019 e voltaram a inseri-las nos pacientes, onde se multiplicaram até somar milhares. No caso de Whitehead, elas permaneceram em seu corpo durante meses.
– Emily permanece saudável e não tem câncer 11 meses depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados que permitiram se concentrar em um objetivo concreto presente neste tipo de leucemia – destacou a Universidade da Pensilvânia em um comunicado.
A segunda criança acompanhada neste estudo de duas pessoas tinha 10 anos e também demonstrou evidências de câncer durante dois meses após o tratamento, mas sofreu posteriormente uma recaída fatal quando o câncer voltou na forma de células de leucemia que não abrigavam os receptores das células específicas que eram o objetivo da terapia.
– O estudo descreve como estas células têm um efeito anticancerígeno poderoso nas crianças – afirmou o co-autor da pesquisa, Stephan Grupp, do Hospital Infantil da Filadélfia, onde os pacientes participaram dos testes clínicos.
– No entanto, também aprendemos que em alguns pacientes com LLA precisaremos modificar mais o tratamento para nos concentrarmos nas outras moléculas na superfície das células da leucemia – acrescentou.
Os cientistas da Universidade da Pensilvânia desenvolveram primeiro esta terapia de linfócitos T para ser utilizada em pacientes adultos que sofriam uma forma diferente de leucemia, conhecida como leucemia linfática crônica (LLC).
Em 2011, um pequeno teste com três adultos já tinha demonstrado um primeiro êxito inicial com o método. Dois desses pacientes ainda demonstram uma remissão do câncer mais de dois anos e meio depois.

Fonte: ZERO HORA



quinta-feira, 21 de março de 2013


Movimento: #doepalavras
Mensagens de FORÇA aos pacientes com câncer



Envie sua mensagem no portal: doepalavras.com.br ou pelo Twitter, acrescentando a hashtag # doepalavras. Realização RC Comunicação e 3bits, com o Apoio da Sone Distribuidora.

terça-feira, 19 de março de 2013

Telão instalado em hospital exibe recados de força enviados por estranhos



Todos sabemos que a palavra tem poder, um deles é o da transformação. Em qualquer situação, palavras ditas na hora certa são capazes de fazer guinadas incríveis em nossa trajetória de vida. E porque não usar o poder da palavra com o poder da inteligência coletiva para incentivar pessoas de forma direta e impactante?
Foi isso que o Hospital Mário Penna de Minas Gerais fez, criou o projeto “Doe Palavras“, para incentivar os pacientes na luta contra o câncer. Pois durante o tratamento, os pacientes que fazem quimioterapia passam horas no hospital recebendo medicação, e para incentivál-los na luta contra a doença, o projeto coloca em telões mensagens enviadas por usuários do Twitter. O projeto ganhou tamanha repercussão, tanto no Brasil quanto fora dele, que será feita uma compilação das mensagens que irão para um livro do projeto e será doado para diversos outros hospitais.
Muitas vezes essas palavras certas são as que dão força e que tem o poder de transformar a maneira como os pacientes enfrentam o câncer. Você também pode mandar sua mensagem de força para essas pessoas, pelo site do projeto ou pelo twitter com a hashtag #doepalavras. Depois de passar por um filtro, ela será exibida em TVs dentro do hospital, nos locais onde os pacientes mais precisam de força – como a sala de quimioterapia.
Por Vicente Carvalho


Confira mais site: http://www.doepalavras.com.br/


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Beto busca apoio da ALRGS para a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula


Deputado foi recebido pelo presidente da AL, Pedro Westphalen. Foto: Fabiana Calçada

O deputado federal Beto Albuquerque, fez uma visita cortesia ao presidente da Assembleia Legislativa do RS, deputado estadual Pedro Westphalen, nesta segunda-feira (25). Acompanhado do deputado estadual Miki Breier e do assessor da bancada socialista na ALRS, Luiz Noé, Beto Albuquerque aproveitou para solicitar ao presidente, o engajamento da Casa na Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula óssea, instituída pela Lei 11.930, sancionada em 22 de abril de 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A semana da Lei Pietro, que leva o nome do filho de Beto falecido em fevereiro de 2009 em razão de leucemia, prevê que todos os anos, de 14 a 21 de dezembro, a doação de medula óssea seja incentivada.
Para o deputado, a semana de mobilização é importante para desmistificar, esclarecer e mobilizar as pessoas a fim de que procurem o Hemocentro e se cadastrem como possíveis doadores. Segundo Beto, ocorrem cerca de 9 mil casos de leucemia todos os anos no Brasil, e o desafio é vencer o pouco tempo que se tem para reagir à doença. “Uma das formas de vencer esse pouco tempo é tendo um grande cadastro de candidatos a doadores de medula. Já agregamos três milhões de doadores através dessas campanhas. Os transplantes dependem da nossa solidariedade”, afirmou.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Saudade é o amor que fica! 

Depoimento de um pediatra e oncologista

“Médico pediatra e oncologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Dizem que a dor é quem ensina a gemer. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.
No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.
Nós médicos somos treinados para nos sentirmos “deuses”. Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim. Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia. Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:
- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
-E o que a morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela, quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei “entupigaitado”. Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
-E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo: -E o que a saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!
Um anjo passou por mim…
Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.
Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.
Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo “meu anjo, que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.
Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes.
Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno.”
Rogério Brandão - Médico oncologista clinico
Fonte ATMO: http://atmo.org.br/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Neste Carnaval doe sangue, doe medula!

Bonita campanha do Hemocentro da Paraíba, doe sangue e doe medula! Feliz Carnaval! 

Fonte: ATMO - http://atmo.org.br

MEDULA ÓSSEA
Estímulo à doação é tema de Projeto de Lei
Criação e implantação do Programa de Doação de Medula Óssea, pretende desenvolver junto ao funcionalismo público municipal a consciência sobre a importância e necessidade de ampliar o número de doadores de Medula Óssea

Partindo do pressuposto que o Poder Público não pode se eximir de uma questão importante, quanto a doação de medula óssea, que pode vir a salvar inúmeras vidas, o vereador Eduardo Peliciolli (PSB) protocolou um projeto de lei para realizar o Programa de Cadastro de Doadores de Medula Óssea em parceria com o Hemocentro Regional de Passo Fundo, a criação da Semana de Mobilização Municipal para Cadastramento de Doadores de Medula Óssea na data indicada de 14 a 21 de dezembro e ainda desenvolver estímulos para os servidores públicos municipais se cadastrarem no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea - REDOME. “Não podemos mais perder vidas como a de Pietro Albuquerque por que há falta de doadores cadastrados. Nesse exato momento, outros passo-fundenses aguardam por doadores compatíveis”, esclarece Peliciolli. 

O vereador alerta que quando não há um doador aparentado, um irmão ou outro parente próximo, geralmente um dos pais, a solução para o transplante de medula é procurar um doador compatível entre os grupos étnicos semelhantes, mas não aparentados. Para reunir as informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas) de pessoas que se dispõem a doar medula para o transplante, foi criado o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), instalado no Instituto Nacional de Câncer (INCA). “Assim, o Programa de Doação de Medula Óssea atuará em parceria com o Hemopasso, em forma de convênio entre a entidade e o poder público. Além disso o programa deverá desenvolver, com a colaboração do Hemocentro as atividades de efetuar campanha de divulgação e esclarecimento junto a todos os servidores municipais da Administração Direta e Indireta com a finalidade de estimular a doação de Medula Óssea, elaborar o cadastramento dos servidores municipais que, voluntariamente, se dispõem a doar a Medula Óssea, expedir aos servidores municipais doadores de Medula Óssea comprovante de inclusão no REDOME, e elaborar uma agenda para coletar o sangue dos doadores, somente com autorização do órgão controlador”, salienta o vereador.

(Vereador Eduardo Peliciolli / FOTO DIVULGAÇÃO)

Peliciolli argumenta que os servidores públicos municipais que se cadastrarem como Doadores de Medula Óssea de forma voluntária, terão como folga do serviço dois dias, sem prejuízo da remuneração ou ao banco de horas, podendo gozar deste benefício junto ao período de férias. “Apesar de crescente, o número de doadores ainda é insuficiente para atender à demanda de pacientes, principalmente, pelo fato da probabilidade de se achar um doador compatível dentro do Brasil ser de um em cem mil. Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa”, pontua o vereador.

O transplante de medula óssea é um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.

Fonte: Redação Passo Fundo / DM




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Por que congelar células-tronco?




A moda de congelamento de células-tronco tem se destacado entre os famosos e tem ganhado cada vez mais pais que se preocupam com o futuro dos seus filhos. A técnica é feita no nascimento do bebê e garante que a criança seja tratada com maior eficácia nos casos de doenças ou transplantes de medula durante sua vida. Saiba mais sobre o assunto e veja por que congelar células-tronco.Células-tronco

Doenças que podem ser curadas com as células-tronco

Fonte: Mundo Das Tribos


As células-tronco obtidas através do sangue do cordão umbilical do bebê são muito importantes. Por isso, é essencial que sejam conservadas com segurança e tecnologia. Algumas famosas como Heloísa Perissé, Isabela Garcia e Nívea Stelmann são adeptas as tendências. Durante o nascimento dos bebês, elas foram acompanhadas por um profissional especializado.

Durante o parto, as células-tronco ficam no cordão umbilical, que é coletado pelo profissional em uma bolsa especial. A bolsa é levada para o laboratório, onde ocorre a separação de células vermelhas e plasma das células brancas (onde ficam as células-tronco), que são compactadas e armazenadas em tanque de nitrogênio líquido. O material é congelado em uma temperatura de 196º C negativos. As células são congeladas em um sistema de temperatura decrescente, não congelando de forma brusca.


O sangue do cordão umbilical é congelado, pois possui o mesmo potencial terapêutico que a medula óssea, ou seja, trata doenças relacionadas a cânceres no sangue (onco-hemetológicas). Ele é rico em células-tronco adultas e possui vários benefícios de uso. Como se trata de células novas, que não foram expostas a agentes como poluição, radiação, infecções e outros, em caso de transplantes, as chances de rejeição são menores.


Leucemias, mielomas, linfomas, anemias, osteoporose, deficiências imunológicas, doenças metabólicas e muitas outras. Estudos prometem a cura de diabetes tipo 1, lesões raquimedulares, esclerose múltipla, cerebrais, ósseas e articulares, doenças cardíacas (infarte, insuficiências e chagas) e outras.


No ano de 2010, foi feito um estudo realizado pela Duke University (nos Estados Unidos) com crianças e bebês com paralisia cerebral sugeriu que, quando são tratadas com o sangue do próprio cordão, apresentam melhoras significativas no desenvolvimento motor e de fala. No entanto, esse tipo de uso de células-tronco ainda está sendo testado.


As células-tronco são excelentes para o tratamento de várias doenças. Elas têm sido também grandes apostas para o tratamento de doenças degenerativas. A capacidade regenerativa de uma célula-tronco é muito grande e o tratamento com uso possui maior eficácia. Os médicos acreditam que em um futuro próximo o uso dessas células poderá atuar na regeneração do fígado, coração e outros órgãos que são degenerados com o tempo.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Jussara Cony e Beto Albuquerque reforçam luta pela doação de medula em Porto Alegre

Projeto foi protocolado nesta terça-feira (24). Foto: Serginho Neglia
A vereadora Jussara Cony (PCdoB) protocolou hoje (24), na Câmara de Vereadores, um projeto de lei que cria a Semana de Mobilização Municipal para Doação de Medula Óssea em Porto Alegre (de 7 a 14/12). Jussara protocolou o projeto ao lado do deputado federal Beto Albuquerque, autor da Lei Federal 11.930, de 22/04/2009 que criou a Semana Nacional (de 14 a 21/12).
A data escolhida por Jussara é especial: 24 de janeiro é data de aniversário de seu neto Matheus Cony Lopes do Santos. Ele lutou contra a leucemia no mesmo período em que Pietro – filho de Beto Albuquerque – também fazia tratamento.
As famílias de Jussara Cony e de Beto Albuquerque conviveram juntas durante o período de luta de Pietro e de Matheus. Quando Pietro chegou à fase terminal, Matheus iniciava seu tratamento. Matheus faleceu em 29/01/2012 após três etapas: o diagnóstico, o tratamento e a cura, e a leucemia recidiva.  “Foram três etapas que ele, assim como Pietro, enfrentou com muita coragem e fé, nos ensinando a não desistir e, acima de tudo, a ter a luta pela doação por toda nossa vida”, explica Jussara. Segundo a vereadora, a lei nacional é de grande importância e já obteve resultados impressionantes. Por isso, defende Jussara, a lei precisa ter suporte em todo o Brasil, a partir dos municípios, porque ela desencadeou uma nova concepção do significado da doação de medula óssea.
O projeto de lei tem o significado de, além da divulgação, estabelecer uma semana preparatória às atividades nacionais, fortalecendo e ampliando a chance de mais vidas serem recuperadas pelo ato de amor da doação. “Matheus criou o movimento ‘Quero Medula’ e este movimento é nosso: família, amigos, sociedade”, disse Jussara.
“No dia 3 de fevereiro de 2009 perdi meu filho Pietro depois de uma luta de 14 meses contra a leucemia, mas isso não me fez desistir de ajudar a salvar outras vidas. Desde a instituição da Lei Pietro, em 22 de abril de 2009, passamos de 750 mil cadastros de doadores para 3 milhões. A nossa luta é ampliar e qualificar cada vez mais o banco de doadores ”, disse Beto. O deputado lembrou, ainda, da destinação de R$ 1,5 milhão, por meio de emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União, para a construção do Centro de Diagnóstico do Hospital. “O GHC é um hospital público que nos orgulha e que terá condições também de diagnosticar doenças”, destacou.
Dados – a cada ano ocorrem 1.000 novos casos de leucemias no Rio Grande do Sul. O transplante, na maioria dos casos, torna-se inevitável. Hoje, a chance de se encontrar uma medula compatível pode ser de uma em 100 mil. Por isso, são organizados Registros de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar.
Para ser doador é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.
Fonte: Flávia Lima  Moreira

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

EU CONVOCO VOCÊ!

Entre para o time e ajude a divulgar a LMC. Para superar o adversário devemos antes conhecê-lo.




O que é LMC (Leucemia Mieloide Crônica)?
Leucemia mieloide crônica, também conhecida como leucemia mielógena crônica e LMC, é um câncer do sangue e da medula óssea, no qual o corpo produz leucócitos cancerosos. A medula óssea é a parte interna dos seus ossos, onde as células sanguíneas são feitas. Com a leucemia, duas coisas acontecem: primeiro algumas células sanguíneas se tornam anormais ou defeituosas; segundo, o corpo continua produzindo um grande número dessas células anormais.
Crônica significa que este câncer é crescimento lento e de ação lenta que pode levar anos para progredir. 
Dentro de cada célula do corpo existem cromossomos. Os cromossomos contêm o projeto, ou direções, para produzir mais células. Quando os leucócitos (WBC) jovens acidentalmente fazem um cromossomo anormal, chamado cromossomo Philadelphia (abreviado como Ph), esse tipo de câncer pode começar. Quase todos os pacientes com LMC (95-100%) apresentam essa anormalidade (também conhecida como irregularidade ou defeito) do cromossomo Philadelphia. A doença é geralmente chamada de leucemia mieloide crônica cromossomo Philadelphia positivo. É abreviada como LMC Ph+.
LMC Ph+ é uma condição grave. Se não for tratada adequadamente, a LMC Ph+ pode representar um risco de vida. Mas a boa notícia é que a LMC Ph+ é tratável.

Quantas pessoas têm LMC e quem pode adquiri-la?

LMC é um câncer raro. As estatísticas atuais da LMC são:
  • Em todo o mundo, a LMC tem uma incidência (taxa de ocorrência de novos casos) de um a dois casos por 100.000 pessoas por ano
  • É responsável por 10 a 15% dos casos adultos de leucemia
  • A idade média no diagnóstico é de aproximadamente 66 anos
  • Mais da metade dos casos são diagnosticados em pessoas com 65 anos ou mais
  • É um pouco mais comum nos homens. O motivo é desconhecido
  • É raramente observada em crianças
Fonte: ABRALE - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Especial - Doação de Medula Óssea



 A doação de medula óssea pode salvar vidas. Para esclarecer as pessoas sobre essa prática a Lei 11.930/09, de autoria do socialista Beto Albuquerque, do PSB do Rio Grande do Sul, tem o objetivo de realizar campanhas educativas. A Lei Pietro, como ficou conhecida, institui a "Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea" que acontece de 14 a 21 de dezembro em todo o país. O parlamentar, que perdeu seu filho Pietro, vítima de leucemia, ressalta que durante todo o ano é possível fazer o cadastro como doador voluntário. Entenda como funciona o procedimento de doação de medula óssea.
Brasil abrirá novos bancos de sangue para transplante
Unidades armazenam sangue de cordão umbilical, que tem células-tronco 

Medida objetiva aumentar diversidade genética do material coletado, o que torna mais fácil encontrar um doador compatível
A rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical vai se expandir para aumentar as chances de pacientes encontrarem um doador compatível para transplante de medula no país.

Criada em 2004, a rede é coordenada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e armazena material retirado do cordão umbilical de recém-nascidos.

As células-tronco do sangue do cordão são usadas em transplantes de medula em pessoas com doenças como a leucemia, quando há compatibilidade.

Hoje há 12 bancos públicos no país, seis deles no Sudeste. A expansão da rede BrasilCord -gerenciada pela Fundação do Câncer- para Norte, Nordeste e Centro-Oeste quer completar o perfil genético do brasileiro e aumentar as chances de pessoas de todas as regiões encontrarem um doador.

Quatro cidades terão bancos até 2016, com um aporte de R$ 23 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico).

Manaus e Campo Grande foram escolhidas pois têm diversidade genética proveniente dos indígenas. Já São Luís recebeu negros escravos do Benin, e Salvador, da Nigéria. Por isso, têm materiais genéticos muito diferentes.

A escolha dos novos bancos foi feita após análise das características do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula) e dos pacientes que buscam um doador, para saber que grupos estavam sem cobertura. A logística também foi um aspecto relevante, segundo Luis Fernando Bouzas, coordenador da Rede BrasilCord.

"Se eu encontro um doador compatível em uma região inóspita, é muito mais difícil encontrá-lo e fazer seu transporte para um hospital do que pegar o sangue do cordão armazenado daquela mesma área", diz.

Para a hematologista Carmen Vergueiro, da Santa Casa de São Paulo e presidente da Ameo (Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo), a iniciativa é boa porque a diversidade genética do Brasil dificulta achar um doador. Segundo ela, a diversidade deve estar representada no registro de doadores.

Em países da Ásia, cerca de 80% dos pacientes que precisam de um transplante de medula encontram um doador porque lá não uma miscigenação como há aqui.

No Brasil, as chances de encontrar um doador fora da família são de 30%. Hoje, 1.050 pessoas estão à procura de um doador compatível.

Bouzas diz que o número de transplantes não aparentados cresce rapidamente. Até 2003, segundo ele, o país fazia cerca de de 12 por ano. Em 2012, foram quase 250.

Isso se deve ao aumento de doadores e à criação da rede pública de sangue de cordão. Os novos bancos devem ajudar no crescimento, mas levarão pelo menos três anos para funcionar a todo vapor.

A rede de bancos públicos tem hoje cerca de 10 mil unidades armazenadas. Desde 2001, cerca de 150 já foram usadas em transplantes.

A alimentação do Banco é de responsabilidade do CEDI - Biblioteca Pedro Aleixo.
Para pesquisas anteriores a agosto de 2000, entre em contato com a CORPI - Coordenação de Relacionamento, Pesquisa e Informação do CEDI.

Folha de São Paulo
Mariana Versolato
DOENÇA AGUDA
Pequenos com drama extra: falta remédio para leucemia
Fim da produção de medicamento contra a doença vendido no Brasil preocupa famílias de pacientes. Ministério da Saúde fará  chamamento público.

Jocemara Freitas, 25 anos, cuida da filha Isabelle, 04 anos, que está internada no Hospital Santo Antônio da Criança. Foto: André Feltes / Agencia RBS

A suspensão da produção do único remédio para tratamento da leucemia linfoide aguda em crianças vendido no Brasil deixou familiares de pacientes em pânico e mobilizou o Ministério da Saúde. O laboratório Bagó, responsável pela importação e venda do Elspar (também chamado de Asparaginase), fornecerá o produto para os hospitais por somente mais seis meses.
A diretora técnica, Soraia Moraes, afirma que a empresa está buscando outro fabricante, mas não deu prazo para a solução.

Taxa de cura chega a 80%
 No país, a cada ano, surgem 3 mil casos da doença. Segundo a coordenadora do setor de Oncologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio da Santa Casa da Capital, Mariana Michalowski, a taxa de cura com o uso do remédio pode chegar a 80%.
Não existe um remédio equivalente no mercado nacional. O único disponível, de nome Erwinase, é caro, importado e só pode ser adquirido, por via judicial, mediante indicação médica para alérgicos ao Elspar. Uma caixa com cinco ampolas dura duas semanas e custa mais de R$ 10 mil.

- "Fiquei chocada"
 A dona de casa Jocemara Freitas, 25 anos, está preocupada com a saúde da filha Isabelle, quatro anos. Internada no setor de Oncologia da Santa Casa, a menina depende do medicamento para fazer a doença regredir.
- Fiquei chocada. Ela está no segundo ciclo da doença, mas melhorou muito - afirma a mãe.

No Clínicas, mais quatro meses
Nos hospitais da Capital, o estoque é baixo. A farmácia da Santa Casa dispõe de apenas 30 ampolas de asparaginase. No Clínicas, após nova compra, há lotes para quatro meses.
- É uma situação bem delicada, e a Santa Casa vai tentar comprar tudo o que puder. A Asparaginase é uma medicação eficiente usada no tratamento inicial da leucemia linfoide aguda - explicou a hematologista Mariana.

Saiba mais
O que é a doença
- Leucemia: é o câncer que afeta os glóbulos brancos (leucócitos) e a medula óssea, a "fábrica de sangue" do corpo. A principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula que substituem as células sanguíneas normais.
- Sintomas: anemia, infecções e hemorragias
- Tipos de leucemia: em crianças, o mais comum é a linfoide aguda (linfoblástica). Em adultos, é a mieloide aguda.

Remédio
- Nome: Elspar (Asparaginase)
- Como age: destruindo uma enzima essencial para a sobrevivência das células cancerosas.

Ministério da Saúde convocará laboratórios
Na próxima semana, o Ministério da Saúde fará um chamamento público para que laboratórios nacionais e estrangeiros apresentem, em caráter de urgência, uma alternativa ao Elspar. Em caso de emergência, o ministério importará o medicamento similar disponível.
Para o presidente do Instituto do Câncer Infantil e chefe do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas, Algemir Brunetto, a situação é extremamente grave:
- Na próxima semana, a Sociedade de Oncologia Pediátrica se reunirá para discutir a questão.

Importação de remédio é demorada
A secretária Gilvanda Matozo de Matos, 39 anos, da Capital, levou quase um ano para conseguir importar, por ordem judicial, o Erwinase para o filho João Felipe de Matos,
20 anos. O remédio é usado por pacientes que tiveram algum tipo de reação ao Asparaginase.
Gilvanda ingressou com pedido na Defensoria Pública do Estado. Além da demora - ele é importado do Reino Unido -, o trâmite burocrático é arrastado e desgastante. Por não ser regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a entrada do Erwinase no país exige apresentação de muitos documentos.

Sete caixas a R$ 60 mil
Além disso, é preciso comprovar ao banco o motivo da remessa para o Exterior.
- Se não fosse desse jeito, não conseguiria. Sete caixas com 35 ampolas custaram quase R$ 60 mil - lembra Gilvanda.

Para pedir auxílio
- Na Capital, a Defensoria Pública do Estado fica na Rua Sete de Setembro, 666, Centro.
- Na segunda-feira, funciona das 12h às 18h.
Na terça, quarta e quinta-feira, das 8h às 12h
e das 13h30min às 17h30min. Na sexta-feira, das
8h às 15h.
OBs.: Os pais só devem procurar a Defensoria para requisitar o Erwinase se tiverem indicação por escrito do médico.

Fonte: Eduardo Rodrigues/ Diário Gaúcho/ 19/01/2013


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Consórcio ajuda a reduzir mortes por leucemia
Projeto envolvendo países da América permitiu que o tratamento no Brasil atingisse eficácia semelhante ao oferecido na Europa

Uma iniciativa inédita de membros da Associação Americana de Hematologia (ASH, na sigla em inglês) resultou na criação de um consórcio internacional de especialistas com o objetivo específico de diminuir a mortalidade por leucemia promielocítica aguda (LPA) nos países em desenvolvimento. O projeto permitiu que, no Brasil, o tratamento da doença atingisse eficácia semelhante ao oferecido por Estados Unidos e Europa.

Os resultados do projeto foram publicados nesta semana no site da revista Blood, publicação da ASH. O artigo é assinado pelo médico Eduardo Rego, coordenador no Brasil do Consórcio Internacional de Leucemia Promielocítica Aguda (IC-APL) e pesquisador do Centro de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto (CTC-HRP).
Segundo Rego, que é diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a LPA é um tipo de leucemia rara e agressiva. Mas, nos países desenvolvidos, onde o diagnóstico é feito precocemente, apenas 6% dos pacientes morrem nos primeiros 30 dias. A sobrevida global em três anos é de quase 90%. Já no Brasil, 30% dos pacientes morrem nos primeiros 30 dias e a sobrevida global após três anos é de 52%.

O médico conta que o grupo internacional partiu de um brainstorm para definir um novo protocolo para diagnóstico e atendimento da doença que levou em conta a realidade dos países em desenvolvimento.
Uma das adaptações do modelo de tratamento para os países latino-americanos foi a substituição da droga idarurrubicina - remédio de alto custo da classe dos antracíclicos adotado pelos países ricos - pela daurorrubicina, antracíclico barato de mais fácil acesso, disponível inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma comparação com um protocolo gêmeo espanhol mostrou que as duas drogas têm efeito semelhante.

Outra adaptação foi o uso de uma técnica de imunofluorescência anti-PML para diagnóstico da doença. A técnica foi desenvolvida e fornecida gratuitamente por um pesquisador italiano do consórcio. Além disso, a rede internacional de especialistas passou a se reunir semanalmente por conferências via internet para discutir caso a caso. Participaram do estudo 183 pacientes com a doença (122 do Brasil, 30 do México, 23 do Chile e 8 do Uruguai), recrutados em 2005.

Com o novo protocolo e a possibilidade de networking entre os maiores especialistas do mundo, a sobrevida global dos pacientes brasileiros que participaram do estudo aumentou para 80% e a mortalidade precoce diminuiu para 15%.
Rego afirma que a melhora dos resultados do tratamento foi garantida pela mudança de protocolo, pela garantia de diagnóstico da doença nas primeiras horas, pelo início imediato do tratamento e pela troca de experiência entre pesquisadores brasileiros e de fora.

Diante do sucesso da estratégia, o objetivo é expandir o estudo para Peru e Paraguai e repetir o estudo com outro tipo de leucemia: a leucemia mieloide aguda. "O estudo mostrou como a internet é uma ferramenta importante em Medicina, pois permitiu todo esse intercâmbio e também mostrou os resultados positivos dessa colaboração internacional", diz Rego.
No Brasil, além da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, participaram do consórcio outras seis instituições de referência: Unicamp, Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Fundação Hemope, de Pernambuco, e Universidades Federais de São Paulo (Unifesp), Paraná (UFPR) e Minas Gerais (UFMG).

Mariana Lenharo - 16 de janeiro de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Brasil registra 17 mil novos casos de mieloma múltiplo por ano
Mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea, especialmente em pacientes idosos

São Paulo - mieloma múltiplo, um tipo de câncer na medula óssea, provoca anemia e a destruição dos ossos. No Brasil, anualmente, são registrados 17 mil novos casos da doença, de acordo com os estudos da International Myeloma Foundation Latin America, organização dedicada à melhoria da qualidade de vida dos pacientes de mieloma e seus familiares, presente em mais de 113 países.

Vânia Hungria, professora adjunta da disciplina de hematologia e oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, explica que todo tipo de câncer é um aumento exagerado de um determinado tipo de célula.

“No caso do mieloma – que acomete principalmente idosos – essa célula se prolifera e se infiltra por toda a medula óssea. Sabemos que 80% dos pacientes com a doença apresentam comprometimento ósseo e 20% têm problemas renais”, afirma a especialista.

Os principais sintomas do mieloma são: dores na coluna vertebral e bacia, além de fraqueza e cansaço físico, devido à anemia. A professora informa que no Brasil o diagnóstico da doença costuma ser tardio, pois as pessoas demoram para se consultar com um médico.

Para diagnosticar a doença é preciso realizar um exame chamado eletroforese de proteínas. Segundo Vânia, não existe cura para esse tipo de câncer.

“Porém, com o tratamento, o tempo de vida mediana dos pacientes é de cinco anos, o que dependerá de vários fatores, incluindo o quadro de saúde e idade do indivíduo. De acordo com as condições clínicas, pode ser indicado o transplante de medula óssea. Caso contrário, o tratamento é feito com medicamentos que também são muito eficientes”, conclui.

Fonte: D24am.com com informações do site ATMO - Amigos do Transplante de Medula Óssea

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Nós somos a cura" - Depoimento de uma doadora
Luisa Biasibetti – doadora de medula

Meu nome é Luisa Biasibetti, tenho 20 anos, sou residente de Porto Alegre RS, tornei-me doadora de medula óssea no dia 12 de novembro de 2012 no Hospital de Clínicas em Porto Alegre.
Não lembro exatamente desde quando comecei a ter a vontade de fazer o teste, acho que foi com a novela Laços de Família.
Desde pequena sempre manifestei minha vontade de doar sangue, órgãos, e tudo mais que tivesse em mim, que pudesse salvar alguém, esse assunto sempre teve acesso livre dentro da minha casa. Eu, muito destemida, falava que um dia iria ajudar alguém.
Quando completei 18 anos uma das primeiras coisas que fiz como maior de idade foi ir doar sangue e coletar amostra para o REDOME. Naquele dia não pude doar sangue, mas fiz o cadastro, lembro que só havia eu, fazendo a coleta, sai de lá realizada. Cheguei em casa falando como seria bom se fosse compatível com alguém, tentei incentivar alguns amigos a fazerem o mesmo, mas sem sucesso, o medo da agulha era maior.
Alguns meses depois entrei na comunidade do orkut “Leucemia Zero no Brasil” e vi um post onde Kátia orientava que pedíssemos o nosso número do REDOME para ter certeza que estávamos cadastrados, depois de uns 5 meses enviando e-mail para o INCA, eles me enviaram o número.
Neste meio tempo uma prima de segundo grau também foi descoberta com leucemia, pensei que poderia ser eu compatível, mas infelizmente não era.
Em 16 de junho de 2012 eis que o REDOME entra em contato comigo através do telefone. Até havia esquecido que estava no cadastro, estava trabalho quando recebi a ligação dizendo: “você é uma possível doadora de medula” perguntava e se eu tinha vontade de fazer a doação, mais do que na hora disse que SIM.
Fiquei tão feliz, sai contando para todo mundo! A informação que me passaram foi de que em duas semanas eu iria fazer os próximos exames confirmatórios e, se desse certo, em 2 meses faria a coleta.  Os exames confirmatórios só foram feitos em setembro, quase 3 meses após o primeiro contato.
Dia 22 de setembro conheci as Dras. Alexandra, Marina e a Fernanda. Elas me reviraram,  pediram diversos tipos de exames de sangue, quase 50 qualidade de testes além de raio x de tórax,  e eletrocardiograma.  Entregaram  os termos de doação do REDOME, do Hospital das Clínicas    além de outro termo de confidencialidade,  onde afirmo que não vou procurar o receptor,  antes de 6 meses.  Após 6 meses vou trocar e-mails com o receptor e se for a vontade de ambos, vamos nos encontrar após um ano, eu tenho muita vontade de conhece-lo ,  espero que ele e a família também queiram.
Todos os exames feitos, data confirmada, fui até o hemocentro do HCPA  e fiz uma coleta de sangue autóloga (para minha segurança)  para reposição de sangue durante a retirada da medula, caso houvesse necessidade.
No dia 11 de novembro, um domingo, fui internada no HCPA   onde fui muito bem cuidada, tomei um remedinho e apaguei, acordei às 5 horas para começar os preparativos, tomei um banho com um produto que eles me deram e fiquei no quarto aguardando ate às 9:00  e pouco estava em jejum,  desde a meia noite.
Fui levada de cadeira de rodas, até uma salinha pré operatória, lá todos vinham falar comigo, dar os parabéns pela atitude, de estar doando para alguém que nem se quer conheço,  foi neste momento em que fiquei sabendo que minha medula salvaria a vida de uma criança, fiquei ainda mais feliz.
Amo crianças e poder tentar salvar a vida de uma  é uma honra,  dois outros hospitais estavam lá assistindo, e pediram uma amostra da minha medula para estudo eu autorizei a retirada.
Pertinho das 10:00  hrs fui para o bloco,  fui orientada e anestesiada, mas fiquei acordada vez ou outra cochilava, a anestesista era um amor de pessoa, mas que agora não lembro o nome dela, ficou o tempo todo conversando e perguntando se estava bem. Pouco depois do meio dia acabou a coleta e fui levada ao centro de recuperação,  onde fiquei até as 1800 hrs.
Logo que cheguei no quarto já estava caminhando, não tive dores fortes apenas um desconforto, como se tivesse um peso, acho que o excesso do soro incomodou mais  do que onde retiraram a medula.
Recebi várias visitas até de pessoas que nem me conheciam:  enfermeiras, médicos, acompanhante sem contar nos comentários do facebook, todos elogiam e me desejando melhoras.
Talvez fisicamente não esteja 100%,  mas meu ego e minha alma estão pulando de alegria, melhor do que nunca, me sinto especial, por ter sido escolhida por Deus para ajudar alguém a viver mais tempo.
Muitos me perguntam da dor e se não tive medo, sempre respondo que não, confiava nos médicos e principalmente pensava no que o receptor e na família que estava sofrendo, eles foram o maior remédio que recebi, para a dor dos furinhos que levei, furinhos estes que terei o maior orgulho de mostrar pelo resto da minha vida.
Espero um dia poder encontrar o receptor, bem,  e postar fotos neste mesmo álbum do nosso encontro, quero que ele saiba o quanto feliz eu fiquei em ter ajudado, sem dúvida a minha medula vai mudar a vida dele, mas ele também mudou a minha.  Vou lembrar deste momento sempre.
Espero que lendo meu depoimento, mais pessoas criem coragem e vão  até o hemocentro da sua cidade fazer o cadastro como doador de medula. É  simples: preenche uma ficha com 5 ml de sangue e pronto,  é tão simples e pode salvar uma vida.
Faz apenas 1 dia que doei medula e estou escrevendo esse depoimento para vocês  verem como é rápida a recuperação…
LEUCEMIA TEM CURA¸ NÓS SOMOS A CURA!


Fonte: ATMO - Amigos do Transplante de Medula Óssea

03/12/2012 | Depoimentos de Doadores

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Hospital Conceição começa cadastro de doadores de medula óssea
Beto anunciou a destinação de R$ 1,5 milhão para a construção do Centro de Diagnóstico. Foto: Serginho Neglia
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) começou nesta sexta (21), dia do encerramento da Semana de Mobilização Nacional para a Doação de Medula Óssea, instituída através da Lei Pietro (11.930/2009), o cadastro de doadores de medula óssea. O lançamento aconteceu no Banco de Sangue do hospital e contou com as presenças do diretor-superintendente do GHC, Carlos Eduardo Nery Paes, diretores da instituição e do deputado federal Beto Albuquerque (PSB), autor da Lei Pietro. O cadastro irá integrar o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), do Instituto Nacional de Câncer, sendo interligado com uma rede internacional de doadores de medula.


Na ocasião, Beto Albuquerque destacou a conquista do GHC, que há três anos vinha pleiteando poder realizar o cadastro de possíveis doadores. “A partir de agora o GHC passa a se a porta para os gaúchos que mais precisam. Encerro a Semana da Lei Pietro mais feliz, pois temos mais um polo que irá agregar muitos doadores de medula óssea”, comemorou. No Rio Grande do Sul apenas três instituições tinham autorização para realizar o cadastro – Hemocentro, Hospital de Clínicas de Porto Alegre e a Santa Casa .


Beto aproveitou a ocasião para anunciar a destinação de R$ 1,5 milhão, por meio de emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União, para a construção do Centro de Diagnóstico do Hospital. “O GHC é um hospital público que nos orgulha e que terá condições também de diagnosticar doenças”.
Desde a primeira campanha da Lei, em 2009, o número de doadores cadastrados no Brasil aumentou de 750 mil para mais de 3 milhões. É o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. “Precisamos, no entanto, chegar a 10 milhões de doadores de todas as etnias no Brasil para podermos fazer frente à doença”, reiterou Albuquerque. As chances de se encontrar doadores compatíveis também aumentam quanto mais ampla for a amostra genética do banco de dados.
O incentivo ao cadastro como doador é foco do deputado, que perdeu seu filho em 2009, após 14 meses de luta contra a leucemia e na busca de um doador compatível. “Se o governo investisse mais em campanhas de doação, o sistema de saúde pública teria redução nos gastos com tratamento”, aponta.
Conforme o coordenador das Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Grupo Hospitalar Conceição (Cihdotts/GHC), Augusto Capelletti, o número de doadores cadastrados no Redome é de cerca de 3 milhões. Para ele, no entanto, apesar desse número expressivo, muitas pessoas ainda necessitam de doação. “O GHC está ampliando a possibilidade de doadores compatíveis com aqueles que necessitam de transplante para continuar vivendo”, avalia. Ele revela que o Rio Grande do Sul, por ser um Estado com grande miscigenação, favorece a busca por doadores compatíveis. Ainda de acordo com Capelletti, o GHC pretende cadastrar cerca de 130 doadores por mês.
Para fazer o cadastro, o doador, munido de um documento de identidade com foto, deve procurar o Banco de Sangue do GHC, onde informará dados pessoais e fará uma coleta de 5ml de sangue. Num primeiro momento, até o dia 15 de janeiro, o hospital estará priorizando o cadastramento de funcionários do próprio GHC. E, a partir de 16 de janeiro, será aberto ao público em geral. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 17h.


Terapia usa forma inativa do HIV para combater leucemia

Emma Whitehead, 7, recuperada de leucemia, com a mãe, Kari, na Pensilvânia, EUA
Foto: Jeff Swensen/The New York Times

Emma Whitehead vem saltitando pela casa ultimamente. É difícil acreditar, mas no início do ano, Emma, então com seis anos, estava prestes a morrer de leucemia. Ela tinha sofrido duas recaídas após fazer quimioterapia.
Seus pais procuraram um tratamento experimental no Children's Hospital da Filadélfia, nos EUA. O procedimento nunca tinha sido testado em uma criança nem em qualquer pessoa com o tipo de leucemia de Emma.
Realizado em abril, o experimento usou uma forma desativada do HIV para reprogramar o sistema imunológico de Emma, de modo a matar as células cancerígenas.
O tratamento quase a matou. Mas agora, sete meses depois, ela está em remissão completa. Os pais de Emma, Kari e Tom, disseram que sua filha sofria de leucemia linfoblástica aguda desde 2010.
Ela faz parte de um grupo de uma dúzia de pacientes com leucemia avançada a terem recebido o tratamento experimental, desenvolvido na Universidade da Pensilvânia.
Abordagens semelhantes estão em teste no Instituto Nacional do Câncer dos EUA e no Memorial Sloan-Kettering, em Nova York.
"Nossa meta é a cura, mas não podemos proferir essa palavra", disse o médico Carl June, da Universidade da Pensilvânia.
Ele espera que o novo tratamento possa substituir o transplante de medula, um procedimento mais árduo, arriscado e caro e que hoje é o último recurso contra leucemias e doenças relacionadas.
Três adultos com leucemia crônica tratados na Universidade da Pensilvânia estão sem sinal da doença; dois estão bem há mais de dois anos.
Quatro adultos melhoraram mas não tiveram remissão completa e um foi tratado recentemente demais para ser avaliado. Uma criança tratada melhorou, mas depois sofreu recaída. Em dois adultos, o tratamento não funcionou. Os pesquisadores apresentaram os resultados em reunião da Sociedade Americana de Hematologia.
Uma grande empresa farmacêutica, a Novartis, está apostando na equipe da Pensilvânia e já destinou US$ 20 milhões para a construção de um centro de pesquisas na universidade.
Cientistas dizem que a mesma abordagem -a reprogramação do sistema imunológico do paciente- pode ser empregada contra tumores como de mama e próstata.
Para realizar o tratamento, médicos removem linfócitos T do paciente -um tipo de célula de defesa- e inserem genes que os capacitam a matar as células cancerígenas.
A técnica usa uma forma desativada de HIV, que leva material genético para dentro dos linfócitos. Os novos genes programam os linfócitos T para atacar as células B, uma parte normal do sistema imunológico que se torna maligna na leucemia.
Um sinal de que o tratamento está funcionando é que o paciente fica extremamente doente, com febres e calafrios, além de apresentar queda da pressão -efeitos que quase mataram Emma.
A pesquisa se encontra em fase inicial. Ainda não se saber por que o tratamento às vezes não funciona. Não está claro também se o o paciente precisa das células modificadas para sempre. Como elas matam as células B saudáveis, além das cancerosas, os doentes ficam vulneráveis a infecções e precisam usar imunoglobulinas para prevenir doenças.
Os pais de Emma dizem que a menina parece estar levando tudo muito bem. Ela voltou à escola e ao convívio com os colegas.
"Agora é hora de Emma recuperar sua infância", disse seu pai.

Matéria publicada no jornal 'NEW YORK TIMES'.

Tradução de Clara Allain pra o Jornal Folha de São Paulo em 10/12/2012.