quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Beto dedica a Pietro prêmio recebido do 

Ministério da Saúde

Beto Albuquerque recebe o prêmio das mãos do ministro Padilha. Foto: Sérgio Francês

“Recebo este troféu em nome do Pietro”. Com esta frase o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) agradeceu no final da manhã desta quarta-feira (25), em Brasília, o prêmio Destaque na Promoção da Doação de Órgãos e Tecidos 2013 recebido das mãos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por suas ações desenvolvidas como parlamentar em prol do Sistema Nacional de Transplante do Ministério da Saúde.
Autor da Lei Pietro, que leva o nome do filho falecido em fevereiro de 2009 por complicações decorrentes de leucemia mieloide aguda, Beto emocionou a plateia e inclusive o ministro ao relatar a luta de seu filho e da família durante 14 meses para enfrentar a doença. O sofrimento com a perda do filho foi transformado em uma das principais bandeiras do mandato de deputado socialista.
Desde a sanção da Lei Pietro, em 22 de abril de 2009, criando a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, o número de brasileiros cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) cresceu de 750 mil para 3,1 milhões.
O deputado disse que, apesar de a solidariedade ser latente e pertencer à natureza do brasileiro é preciso que a informação correta chegue às pessoas. “Ninguém é solidário sobre algo que não conhece”, afirmou Beto explicando o sentido da Lei Pietro de divulgar e esclarecer sobre como proceder para se transformar em doador de medula óssea. “Não há solidariedade se não houver trabalho, esclarecimento, envolvimento de órgãos públicos e organizações não-governamentais  (ONGs)”, avalia.
Para a imprensa presente Beto pediu que os jornalistas divulguem a notícia positiva de crescimento do número de doadores no Brasil para incentivar outras pessoas que ainda têm dúvidas a respeito.
Todo ano, cerca de 10 mil brasileiros recebem diagnóstico de leucemia, doença que pode ser curada por meio de quimioterapia, mas na maioria das vezes a cura depende de transplante de medula de alguém que seja 100% compatível. Mas essa pessoa só será localizada, em caso de ser compatível com alguém que precisa de transplante para continuar vivendo, se fizer parte do Redome. “Vamos investir na matéria prima que é o doador. Porque eu andava nas ruas e enxergava pessoas que poderiam ser doadores para meu filho, mas para ser doador é preciso estar no cadastro”, alertou Beto.
O prêmio recebido pelo deputado ocorreu no ato realizado pelo Ministério da Saúde para apresentar a Campanha Nacional de Doação de Órgãos e divulgar o balanço de transplante do primeiro semestre deste ano. Nos últimos 10 anos, o Brasil dobrou o número de doadores, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira. Neste período os transplantes aumentaram de 7.500 para 15.141 cirurgias.
Mais de 50% das famílias brasileiras, ao perder um ente, são favoráveis à doação de órgãos. Este é o maior índice de aprovação à doação do mundo. A proporção de doadores subiu de 6,5 por milhão de habitantes em 2003, para 12,8 por milhão de habitantes em 2012. Para 2013, a projeção é de 13,5 por milhão de habitantes.
Em 2010, havia 59.728 na fila aguardando no Sistema Brasileiro de Transplantes. Eram pessoas já estavam prontas para a cirurgia e em avaliação médica. Já em 2013, houve uma redução neste número absoluto e no tempo de espera. Agora são 38.759.
Também recebeu o prêmio a Força Aérea Brasileira (FAB). O trofeu foi entregue ao comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Juniti Saito. A FAB integra o sistema brasileiro de transporte de órgãos. A homenagem à instituição é o reconhecimento pelo apoio as centrais de captação distribuídas pelo Brasil e pelo esforço logístico aéreo para acessar localidades de difícil acesso, como é o caso da região amazônica.
“O Brasil é o recordista mundial em transplantes totalmente gratuitos”, destacou o ministro Alexandre Padilha ao saudar os dois agraciados. O ministro lançou a nova campanha que marca o Dia Nacional de Doação de Órgãos, comemorado nesta sexta-feira (27), com as mensagens-chave “Não deixe a vida se apagar. Seja doador de órgãos. Fale com sua família”.
A campanha tem objetivo de sensibilizar e estimular a doação de órgãos em todo país.  O Brasil é referência mundial no campo dos transplantes. Atualmente, 95% das cirurgias no país são realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é gerenciado pelo Ministério da Saúde, pelos estados e municípios.
Nas peças da campanha deste ano, o protagonista é Matheus Bitencourt Lazaretti, de sete anos, que foi transplantado há alguns anos. Em 2007, a criança também participou da campanha anual de estímulo à doação de órgãos.

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