sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Vai começar a 9ª Semana de Mobilização
 Nacional para Doação de Medula Óssea



Na próxima quinta-feira (14) acontece a abertura oficial da 9ª Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, que foi instituída em 2009 pela Lei 11.930, conhecida como Lei Pietro. O nome é uma homenagem ao filho do autor da Lei, o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB). Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14 meses de luta contra a doença. Desde então, Beto abraçou a causa para aumentar o número de pessoas cadastradas como possíveis doadores de medula óssea no Brasil.

A campanha começa na próxima semana, mas há um mês Beto deu início a uma série de palestras pelo Estado para falar da luta ao lado do filho Pietro, sobre a simplicidade de se cadastrar como doador e sobre o procedimento que pode salvar uma vida. No dia 13 de novembro palestrou para 151 alunos soldados da Escola de Formação de Soldados da Brigada Militar em Porto Alegre. “Fui para levar conhecimento e reflexão sobre a doação e o transplante de medula óssea para que possam decidir se querem se cadastrar no próximo dia 18 de dezembro, quando o ônibus do hemocentro estará na escola”, explica.

Beto também conversou com cerca de 400 soldados formandos dos municípios de Montenegro, Osório e Guaíba. “O que ocorreu com o Pietro poderia ter virado apenas tristeza, mas eu transformei em luta. E nesses nove anos vimos muitas coisas boas acontecerem. O banco de doadores de medula óssea na época em que procurávamos alguém compatível tinha 750 mil brasileiros cadastrados. Hoje, temos mais de quatro milhões”, destaca Beto que palestrou para juventude da cidade de Cachoeirinha na manhã desta quinta-feira (07).

No Rio Grande do Sul a abertura da campanha, que vai até o dia 21 de dezembro, será em Cachoeirinha, no Shopping do Vale, onde a Unidade Móvel do Hemocentro estará cadastrando a partir das 14 horas.

Saiba mais

Este é o nono ano de realização da campanha e os resultados alcançados desde o seu lançamento são, para Beto Albuquerque, motivo de comemoração. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos registros dos Estados Unidos e da Alemanha.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2016 o Brasil registou cerca de 10 mil novos casos de leucemia, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida com o transplante. Encontrar um doador com a compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para que seja encontrado um compatível. “Por isso, quanto maior o número de pessoas cadastradas, maiores as chances de que seja encontrada uma com a medula apropriada”, afirma.

A Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que inicialmente é feito por hemograma.

Para ser doador, basta procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e preencher um formulário. No ato do cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade, chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no Redome. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada, a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.

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