quarta-feira, 31 de maio de 2017

Brasil tem 4 milhões de doadores de medula óssea, mas é preciso mais

Número ainda é pequeno diante da variedade genética dos brasileiros.
E muitos doadores mudam de endereço e não atualizam contatos.










Quatro milhões de brasileiros estão inscritos no cadastro nacional de doadores de medula óssea. O número parece grande, mas não é por causa da variedade genética dos mais do povo brasileiro. É preciso ter muito mais gente. E esse não é o único problema para quem está na fila do transplante.  
Mateus tem a alegria e as vontades de uma criança esperta de 5 anos.
“Se eu sarar vou poder ir pra escola e eu amo minha escola”.
E para realizar seus sonhos precisa chegar aquele que será “o dia”.
“O dia de trocar minha medula... Chegou o dia...”, diz Mateus.

O transplante é a chance de se livrar de uma leucemia linfoide aguda que foi tratada, mas voltou. A espera agora é por um doador compatível.
“Ele faz exame de sangue, está tão acostumado que ele já estica o braço, então a gente vê que é uma doação que ele está fazendo para ele ficar bem, mas dói demais”, conta Carla Valezini, mãe de Mateus.
Encontrar um doador compatível é um grande desafio, mas não é o único. O Brasil precisa de doadores que contemplem a nossa mistura de raças, a nossa diversidade genética. Precisa também de um sistema de atualização constante dos dados desses doadores. E de verba para leitos e equipes de transplantes.
O apelo nas redes sociais foi o jeito que Lucinete encontrou para conseguir o transplante para a mãe.
“Quanto vale uma vida, gente? É uma vida”.

Dona Ana enfrentou erro de diagnóstico, o agravamento da leucemia mieloide crônica e a falta de centro de transplantes no Pará. Quando achou o doador de medula em São Paulo, o plano de saúde não quis bancar o procedimento.
“A gente teve que ingressar com uma medida judicial e a medida não foi cumprida e o tempo estava esgotando, então o que aconteceu? Só com muita pressão social nós conseguimos um acordo judicial junto aos planos de saúde e conseguimos liberar o hospital onde ela fez o transplante”, contou Lucinete Duarte, filha de Ana Lúcia.

“O nosso apelo é que o Ministério da Saúde olhe com cuidado a questão do transplante de medula óssea e de fato consiga estabelecer um programa que tenha bons resultados para o paciente”, disse a presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, Merula Steagall.
O Brasil tem mais de quatro milhões de doadores de medula cadastrados. Hoje necessita principalmente de doadores que não sejam da raça branca e precisa muito que os doadores não desapareçam.
“É muito fácil a gente se cadastrar, basta colher um exame de sangue, é simples. Mas, na hora que a gente precisa, pelo menos 40% desses doadores que se cadastraram mudaram de endereço, mudaram de telefone, e a gente não consegue mais encontrar”, explica a hematologista.
O Carlos era um dos sumidos, mas soube da importância do recadastramento. Entrou no site do Redome, atualizou os dados e logo veio a surpresa.
“Me ligaram para fazer a confirmação de exame, que parece tem alguém já compatível, se Deus quiser vai dar tudo certo”, disse Carlos Alberto Ferreira.
Os mais de mil pacientes que esperam estão na mesma torcida.
Em relação ao atendimento na rede pública, o  MInistério da Saúde informou que está em andamento um projeto para melhorar a distribuição de leitos aos pacientes que já possuem doador identificado.
Fonte: Jornal Nacional

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