Menina de 18 anos cria algoritmo
que diagnostica leucemia
Estudante americana desenvolveu ferramenta que identifica casos da doença por meio de determinadas características das células
Brittany Wenger vive em Sarasota, na Flórida, e desenvolveu uma ferramenta capaz de
diagnosticar a leucemia de linhagem mista
São Paulo – Muitas garotas de 18 anos costumam ouvir música,
navegar na internet e ir às compras. No caso da americana Brittany Wenger, a
ciência é outro hobby. A estudante desenvolveu uma ferramenta capaz de
diagnosticar a leucemia de linhagem mista, uma das formas mais agressivas e
menos detectáveis da doença já catalogadas pela medicina.
Wenger criou uma "rede neural artificial" que
detecta determinados padrões na expressão genética dos pacientes.
"Diferentes tipos de câncer têm diferentes impressões digitais
moleculares", explicou ela ao siteMashable. Ao analisar características
específicas como tamanho, forma e espessura das células, o algoritmo pode dizer
se a pessoa tem leucemia ou não.
A pesquisa que deu origem à nova ferramenta começou quando a
estudante tinha 15 anos. Sua prima foi diagnosticada com câncer de mama e
Wenger decidiu juntar seus conhecimentos de programação para ajudar na melhor
detecção da doença.
Para isso, ela analisou padrões genéticos a fim de
identificar quais aspectos estavam presentes em células cancerígenas. O
trabalho voltado para o câncer de mama rendeu a Wenger um prêmio de 10 mil
dólares pago pelo Google em 2012. Foi um estímulo para ela prosseguir buscando
uma solução similar para a leucemia.
Como funciona
Por meio do site Cloud4Cancer, é possível ter uma ideia de
como a ferramenta funciona. A plataforma foi criada pela jovem para que o
algoritmo ficasse ao alcance dos médicos. Nela, o especialista preenche um
breve formulário sobre os aspectos de uma amostra celular previamente recolhida
e recebe na hora o diagnóstico sobre o câncer de mama.
Os números do trabalho são animadores. A ferramenta
identificou cerca de 99% dos casos de câncer avaliados – índice de sucesso 5%
acima daquele oferecido por outros métodos disponíveis no mercado. Ao todo,
mais de 7 milhões de testes já foram realizados com o algoritmo em três anos.
"Eu ensinei o computador a responder uma questão
simples: o nódulo é maligno ou benigno?", resume Wenger.
O Instituto Nacional do Câncer estima que 52 mil novos casos
de câncer de mama foram registrados no Brasil em 2012. Na última semana, a
atriz Angelina Jolie, que tinha predisposição genética para a doença, teve suas
mamas removidas cirurgicamente para reduzir as chances de contrair a doença.
Assista aqui ao vídeo (em inglês) no qual Brittany fala
sobre sua pesquisa sobre câncer de mama que levou à criação do algortimo
premiado pelo Google:
Fonte: Saulo Pereira Guimarães, da Exame.com
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