sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Jussara Cony e Beto Albuquerque reforçam luta pela doação de medula em Porto Alegre

Projeto foi protocolado nesta terça-feira (24). Foto: Serginho Neglia
A vereadora Jussara Cony (PCdoB) protocolou hoje (24), na Câmara de Vereadores, um projeto de lei que cria a Semana de Mobilização Municipal para Doação de Medula Óssea em Porto Alegre (de 7 a 14/12). Jussara protocolou o projeto ao lado do deputado federal Beto Albuquerque, autor da Lei Federal 11.930, de 22/04/2009 que criou a Semana Nacional (de 14 a 21/12).
A data escolhida por Jussara é especial: 24 de janeiro é data de aniversário de seu neto Matheus Cony Lopes do Santos. Ele lutou contra a leucemia no mesmo período em que Pietro – filho de Beto Albuquerque – também fazia tratamento.
As famílias de Jussara Cony e de Beto Albuquerque conviveram juntas durante o período de luta de Pietro e de Matheus. Quando Pietro chegou à fase terminal, Matheus iniciava seu tratamento. Matheus faleceu em 29/01/2012 após três etapas: o diagnóstico, o tratamento e a cura, e a leucemia recidiva.  “Foram três etapas que ele, assim como Pietro, enfrentou com muita coragem e fé, nos ensinando a não desistir e, acima de tudo, a ter a luta pela doação por toda nossa vida”, explica Jussara. Segundo a vereadora, a lei nacional é de grande importância e já obteve resultados impressionantes. Por isso, defende Jussara, a lei precisa ter suporte em todo o Brasil, a partir dos municípios, porque ela desencadeou uma nova concepção do significado da doação de medula óssea.
O projeto de lei tem o significado de, além da divulgação, estabelecer uma semana preparatória às atividades nacionais, fortalecendo e ampliando a chance de mais vidas serem recuperadas pelo ato de amor da doação. “Matheus criou o movimento ‘Quero Medula’ e este movimento é nosso: família, amigos, sociedade”, disse Jussara.
“No dia 3 de fevereiro de 2009 perdi meu filho Pietro depois de uma luta de 14 meses contra a leucemia, mas isso não me fez desistir de ajudar a salvar outras vidas. Desde a instituição da Lei Pietro, em 22 de abril de 2009, passamos de 750 mil cadastros de doadores para 3 milhões. A nossa luta é ampliar e qualificar cada vez mais o banco de doadores ”, disse Beto. O deputado lembrou, ainda, da destinação de R$ 1,5 milhão, por meio de emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União, para a construção do Centro de Diagnóstico do Hospital. “O GHC é um hospital público que nos orgulha e que terá condições também de diagnosticar doenças”, destacou.
Dados – a cada ano ocorrem 1.000 novos casos de leucemias no Rio Grande do Sul. O transplante, na maioria dos casos, torna-se inevitável. Hoje, a chance de se encontrar uma medula compatível pode ser de uma em 100 mil. Por isso, são organizados Registros de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar.
Para ser doador é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.
Fonte: Flávia Lima  Moreira

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

EU CONVOCO VOCÊ!

Entre para o time e ajude a divulgar a LMC. Para superar o adversário devemos antes conhecê-lo.




O que é LMC (Leucemia Mieloide Crônica)?
Leucemia mieloide crônica, também conhecida como leucemia mielógena crônica e LMC, é um câncer do sangue e da medula óssea, no qual o corpo produz leucócitos cancerosos. A medula óssea é a parte interna dos seus ossos, onde as células sanguíneas são feitas. Com a leucemia, duas coisas acontecem: primeiro algumas células sanguíneas se tornam anormais ou defeituosas; segundo, o corpo continua produzindo um grande número dessas células anormais.
Crônica significa que este câncer é crescimento lento e de ação lenta que pode levar anos para progredir. 
Dentro de cada célula do corpo existem cromossomos. Os cromossomos contêm o projeto, ou direções, para produzir mais células. Quando os leucócitos (WBC) jovens acidentalmente fazem um cromossomo anormal, chamado cromossomo Philadelphia (abreviado como Ph), esse tipo de câncer pode começar. Quase todos os pacientes com LMC (95-100%) apresentam essa anormalidade (também conhecida como irregularidade ou defeito) do cromossomo Philadelphia. A doença é geralmente chamada de leucemia mieloide crônica cromossomo Philadelphia positivo. É abreviada como LMC Ph+.
LMC Ph+ é uma condição grave. Se não for tratada adequadamente, a LMC Ph+ pode representar um risco de vida. Mas a boa notícia é que a LMC Ph+ é tratável.

Quantas pessoas têm LMC e quem pode adquiri-la?

LMC é um câncer raro. As estatísticas atuais da LMC são:
  • Em todo o mundo, a LMC tem uma incidência (taxa de ocorrência de novos casos) de um a dois casos por 100.000 pessoas por ano
  • É responsável por 10 a 15% dos casos adultos de leucemia
  • A idade média no diagnóstico é de aproximadamente 66 anos
  • Mais da metade dos casos são diagnosticados em pessoas com 65 anos ou mais
  • É um pouco mais comum nos homens. O motivo é desconhecido
  • É raramente observada em crianças
Fonte: ABRALE - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Especial - Doação de Medula Óssea



 A doação de medula óssea pode salvar vidas. Para esclarecer as pessoas sobre essa prática a Lei 11.930/09, de autoria do socialista Beto Albuquerque, do PSB do Rio Grande do Sul, tem o objetivo de realizar campanhas educativas. A Lei Pietro, como ficou conhecida, institui a "Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea" que acontece de 14 a 21 de dezembro em todo o país. O parlamentar, que perdeu seu filho Pietro, vítima de leucemia, ressalta que durante todo o ano é possível fazer o cadastro como doador voluntário. Entenda como funciona o procedimento de doação de medula óssea.
Brasil abrirá novos bancos de sangue para transplante
Unidades armazenam sangue de cordão umbilical, que tem células-tronco 

Medida objetiva aumentar diversidade genética do material coletado, o que torna mais fácil encontrar um doador compatível
A rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical vai se expandir para aumentar as chances de pacientes encontrarem um doador compatível para transplante de medula no país.

Criada em 2004, a rede é coordenada pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) e armazena material retirado do cordão umbilical de recém-nascidos.

As células-tronco do sangue do cordão são usadas em transplantes de medula em pessoas com doenças como a leucemia, quando há compatibilidade.

Hoje há 12 bancos públicos no país, seis deles no Sudeste. A expansão da rede BrasilCord -gerenciada pela Fundação do Câncer- para Norte, Nordeste e Centro-Oeste quer completar o perfil genético do brasileiro e aumentar as chances de pessoas de todas as regiões encontrarem um doador.

Quatro cidades terão bancos até 2016, com um aporte de R$ 23 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico).

Manaus e Campo Grande foram escolhidas pois têm diversidade genética proveniente dos indígenas. Já São Luís recebeu negros escravos do Benin, e Salvador, da Nigéria. Por isso, têm materiais genéticos muito diferentes.

A escolha dos novos bancos foi feita após análise das características do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula) e dos pacientes que buscam um doador, para saber que grupos estavam sem cobertura. A logística também foi um aspecto relevante, segundo Luis Fernando Bouzas, coordenador da Rede BrasilCord.

"Se eu encontro um doador compatível em uma região inóspita, é muito mais difícil encontrá-lo e fazer seu transporte para um hospital do que pegar o sangue do cordão armazenado daquela mesma área", diz.

Para a hematologista Carmen Vergueiro, da Santa Casa de São Paulo e presidente da Ameo (Associação da Medula Óssea do Estado de São Paulo), a iniciativa é boa porque a diversidade genética do Brasil dificulta achar um doador. Segundo ela, a diversidade deve estar representada no registro de doadores.

Em países da Ásia, cerca de 80% dos pacientes que precisam de um transplante de medula encontram um doador porque lá não uma miscigenação como há aqui.

No Brasil, as chances de encontrar um doador fora da família são de 30%. Hoje, 1.050 pessoas estão à procura de um doador compatível.

Bouzas diz que o número de transplantes não aparentados cresce rapidamente. Até 2003, segundo ele, o país fazia cerca de de 12 por ano. Em 2012, foram quase 250.

Isso se deve ao aumento de doadores e à criação da rede pública de sangue de cordão. Os novos bancos devem ajudar no crescimento, mas levarão pelo menos três anos para funcionar a todo vapor.

A rede de bancos públicos tem hoje cerca de 10 mil unidades armazenadas. Desde 2001, cerca de 150 já foram usadas em transplantes.

A alimentação do Banco é de responsabilidade do CEDI - Biblioteca Pedro Aleixo.
Para pesquisas anteriores a agosto de 2000, entre em contato com a CORPI - Coordenação de Relacionamento, Pesquisa e Informação do CEDI.

Folha de São Paulo
Mariana Versolato
DOENÇA AGUDA
Pequenos com drama extra: falta remédio para leucemia
Fim da produção de medicamento contra a doença vendido no Brasil preocupa famílias de pacientes. Ministério da Saúde fará  chamamento público.

Jocemara Freitas, 25 anos, cuida da filha Isabelle, 04 anos, que está internada no Hospital Santo Antônio da Criança. Foto: André Feltes / Agencia RBS

A suspensão da produção do único remédio para tratamento da leucemia linfoide aguda em crianças vendido no Brasil deixou familiares de pacientes em pânico e mobilizou o Ministério da Saúde. O laboratório Bagó, responsável pela importação e venda do Elspar (também chamado de Asparaginase), fornecerá o produto para os hospitais por somente mais seis meses.
A diretora técnica, Soraia Moraes, afirma que a empresa está buscando outro fabricante, mas não deu prazo para a solução.

Taxa de cura chega a 80%
 No país, a cada ano, surgem 3 mil casos da doença. Segundo a coordenadora do setor de Oncologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio da Santa Casa da Capital, Mariana Michalowski, a taxa de cura com o uso do remédio pode chegar a 80%.
Não existe um remédio equivalente no mercado nacional. O único disponível, de nome Erwinase, é caro, importado e só pode ser adquirido, por via judicial, mediante indicação médica para alérgicos ao Elspar. Uma caixa com cinco ampolas dura duas semanas e custa mais de R$ 10 mil.

- "Fiquei chocada"
 A dona de casa Jocemara Freitas, 25 anos, está preocupada com a saúde da filha Isabelle, quatro anos. Internada no setor de Oncologia da Santa Casa, a menina depende do medicamento para fazer a doença regredir.
- Fiquei chocada. Ela está no segundo ciclo da doença, mas melhorou muito - afirma a mãe.

No Clínicas, mais quatro meses
Nos hospitais da Capital, o estoque é baixo. A farmácia da Santa Casa dispõe de apenas 30 ampolas de asparaginase. No Clínicas, após nova compra, há lotes para quatro meses.
- É uma situação bem delicada, e a Santa Casa vai tentar comprar tudo o que puder. A Asparaginase é uma medicação eficiente usada no tratamento inicial da leucemia linfoide aguda - explicou a hematologista Mariana.

Saiba mais
O que é a doença
- Leucemia: é o câncer que afeta os glóbulos brancos (leucócitos) e a medula óssea, a "fábrica de sangue" do corpo. A principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula que substituem as células sanguíneas normais.
- Sintomas: anemia, infecções e hemorragias
- Tipos de leucemia: em crianças, o mais comum é a linfoide aguda (linfoblástica). Em adultos, é a mieloide aguda.

Remédio
- Nome: Elspar (Asparaginase)
- Como age: destruindo uma enzima essencial para a sobrevivência das células cancerosas.

Ministério da Saúde convocará laboratórios
Na próxima semana, o Ministério da Saúde fará um chamamento público para que laboratórios nacionais e estrangeiros apresentem, em caráter de urgência, uma alternativa ao Elspar. Em caso de emergência, o ministério importará o medicamento similar disponível.
Para o presidente do Instituto do Câncer Infantil e chefe do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas, Algemir Brunetto, a situação é extremamente grave:
- Na próxima semana, a Sociedade de Oncologia Pediátrica se reunirá para discutir a questão.

Importação de remédio é demorada
A secretária Gilvanda Matozo de Matos, 39 anos, da Capital, levou quase um ano para conseguir importar, por ordem judicial, o Erwinase para o filho João Felipe de Matos,
20 anos. O remédio é usado por pacientes que tiveram algum tipo de reação ao Asparaginase.
Gilvanda ingressou com pedido na Defensoria Pública do Estado. Além da demora - ele é importado do Reino Unido -, o trâmite burocrático é arrastado e desgastante. Por não ser regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a entrada do Erwinase no país exige apresentação de muitos documentos.

Sete caixas a R$ 60 mil
Além disso, é preciso comprovar ao banco o motivo da remessa para o Exterior.
- Se não fosse desse jeito, não conseguiria. Sete caixas com 35 ampolas custaram quase R$ 60 mil - lembra Gilvanda.

Para pedir auxílio
- Na Capital, a Defensoria Pública do Estado fica na Rua Sete de Setembro, 666, Centro.
- Na segunda-feira, funciona das 12h às 18h.
Na terça, quarta e quinta-feira, das 8h às 12h
e das 13h30min às 17h30min. Na sexta-feira, das
8h às 15h.
OBs.: Os pais só devem procurar a Defensoria para requisitar o Erwinase se tiverem indicação por escrito do médico.

Fonte: Eduardo Rodrigues/ Diário Gaúcho/ 19/01/2013


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Consórcio ajuda a reduzir mortes por leucemia
Projeto envolvendo países da América permitiu que o tratamento no Brasil atingisse eficácia semelhante ao oferecido na Europa

Uma iniciativa inédita de membros da Associação Americana de Hematologia (ASH, na sigla em inglês) resultou na criação de um consórcio internacional de especialistas com o objetivo específico de diminuir a mortalidade por leucemia promielocítica aguda (LPA) nos países em desenvolvimento. O projeto permitiu que, no Brasil, o tratamento da doença atingisse eficácia semelhante ao oferecido por Estados Unidos e Europa.

Os resultados do projeto foram publicados nesta semana no site da revista Blood, publicação da ASH. O artigo é assinado pelo médico Eduardo Rego, coordenador no Brasil do Consórcio Internacional de Leucemia Promielocítica Aguda (IC-APL) e pesquisador do Centro de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto (CTC-HRP).
Segundo Rego, que é diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a LPA é um tipo de leucemia rara e agressiva. Mas, nos países desenvolvidos, onde o diagnóstico é feito precocemente, apenas 6% dos pacientes morrem nos primeiros 30 dias. A sobrevida global em três anos é de quase 90%. Já no Brasil, 30% dos pacientes morrem nos primeiros 30 dias e a sobrevida global após três anos é de 52%.

O médico conta que o grupo internacional partiu de um brainstorm para definir um novo protocolo para diagnóstico e atendimento da doença que levou em conta a realidade dos países em desenvolvimento.
Uma das adaptações do modelo de tratamento para os países latino-americanos foi a substituição da droga idarurrubicina - remédio de alto custo da classe dos antracíclicos adotado pelos países ricos - pela daurorrubicina, antracíclico barato de mais fácil acesso, disponível inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma comparação com um protocolo gêmeo espanhol mostrou que as duas drogas têm efeito semelhante.

Outra adaptação foi o uso de uma técnica de imunofluorescência anti-PML para diagnóstico da doença. A técnica foi desenvolvida e fornecida gratuitamente por um pesquisador italiano do consórcio. Além disso, a rede internacional de especialistas passou a se reunir semanalmente por conferências via internet para discutir caso a caso. Participaram do estudo 183 pacientes com a doença (122 do Brasil, 30 do México, 23 do Chile e 8 do Uruguai), recrutados em 2005.

Com o novo protocolo e a possibilidade de networking entre os maiores especialistas do mundo, a sobrevida global dos pacientes brasileiros que participaram do estudo aumentou para 80% e a mortalidade precoce diminuiu para 15%.
Rego afirma que a melhora dos resultados do tratamento foi garantida pela mudança de protocolo, pela garantia de diagnóstico da doença nas primeiras horas, pelo início imediato do tratamento e pela troca de experiência entre pesquisadores brasileiros e de fora.

Diante do sucesso da estratégia, o objetivo é expandir o estudo para Peru e Paraguai e repetir o estudo com outro tipo de leucemia: a leucemia mieloide aguda. "O estudo mostrou como a internet é uma ferramenta importante em Medicina, pois permitiu todo esse intercâmbio e também mostrou os resultados positivos dessa colaboração internacional", diz Rego.
No Brasil, além da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, participaram do consórcio outras seis instituições de referência: Unicamp, Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Fundação Hemope, de Pernambuco, e Universidades Federais de São Paulo (Unifesp), Paraná (UFPR) e Minas Gerais (UFMG).

Mariana Lenharo - 16 de janeiro de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Brasil registra 17 mil novos casos de mieloma múltiplo por ano
Mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea, especialmente em pacientes idosos

São Paulo - mieloma múltiplo, um tipo de câncer na medula óssea, provoca anemia e a destruição dos ossos. No Brasil, anualmente, são registrados 17 mil novos casos da doença, de acordo com os estudos da International Myeloma Foundation Latin America, organização dedicada à melhoria da qualidade de vida dos pacientes de mieloma e seus familiares, presente em mais de 113 países.

Vânia Hungria, professora adjunta da disciplina de hematologia e oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, explica que todo tipo de câncer é um aumento exagerado de um determinado tipo de célula.

“No caso do mieloma – que acomete principalmente idosos – essa célula se prolifera e se infiltra por toda a medula óssea. Sabemos que 80% dos pacientes com a doença apresentam comprometimento ósseo e 20% têm problemas renais”, afirma a especialista.

Os principais sintomas do mieloma são: dores na coluna vertebral e bacia, além de fraqueza e cansaço físico, devido à anemia. A professora informa que no Brasil o diagnóstico da doença costuma ser tardio, pois as pessoas demoram para se consultar com um médico.

Para diagnosticar a doença é preciso realizar um exame chamado eletroforese de proteínas. Segundo Vânia, não existe cura para esse tipo de câncer.

“Porém, com o tratamento, o tempo de vida mediana dos pacientes é de cinco anos, o que dependerá de vários fatores, incluindo o quadro de saúde e idade do indivíduo. De acordo com as condições clínicas, pode ser indicado o transplante de medula óssea. Caso contrário, o tratamento é feito com medicamentos que também são muito eficientes”, conclui.

Fonte: D24am.com com informações do site ATMO - Amigos do Transplante de Medula Óssea

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Nós somos a cura" - Depoimento de uma doadora
Luisa Biasibetti – doadora de medula

Meu nome é Luisa Biasibetti, tenho 20 anos, sou residente de Porto Alegre RS, tornei-me doadora de medula óssea no dia 12 de novembro de 2012 no Hospital de Clínicas em Porto Alegre.
Não lembro exatamente desde quando comecei a ter a vontade de fazer o teste, acho que foi com a novela Laços de Família.
Desde pequena sempre manifestei minha vontade de doar sangue, órgãos, e tudo mais que tivesse em mim, que pudesse salvar alguém, esse assunto sempre teve acesso livre dentro da minha casa. Eu, muito destemida, falava que um dia iria ajudar alguém.
Quando completei 18 anos uma das primeiras coisas que fiz como maior de idade foi ir doar sangue e coletar amostra para o REDOME. Naquele dia não pude doar sangue, mas fiz o cadastro, lembro que só havia eu, fazendo a coleta, sai de lá realizada. Cheguei em casa falando como seria bom se fosse compatível com alguém, tentei incentivar alguns amigos a fazerem o mesmo, mas sem sucesso, o medo da agulha era maior.
Alguns meses depois entrei na comunidade do orkut “Leucemia Zero no Brasil” e vi um post onde Kátia orientava que pedíssemos o nosso número do REDOME para ter certeza que estávamos cadastrados, depois de uns 5 meses enviando e-mail para o INCA, eles me enviaram o número.
Neste meio tempo uma prima de segundo grau também foi descoberta com leucemia, pensei que poderia ser eu compatível, mas infelizmente não era.
Em 16 de junho de 2012 eis que o REDOME entra em contato comigo através do telefone. Até havia esquecido que estava no cadastro, estava trabalho quando recebi a ligação dizendo: “você é uma possível doadora de medula” perguntava e se eu tinha vontade de fazer a doação, mais do que na hora disse que SIM.
Fiquei tão feliz, sai contando para todo mundo! A informação que me passaram foi de que em duas semanas eu iria fazer os próximos exames confirmatórios e, se desse certo, em 2 meses faria a coleta.  Os exames confirmatórios só foram feitos em setembro, quase 3 meses após o primeiro contato.
Dia 22 de setembro conheci as Dras. Alexandra, Marina e a Fernanda. Elas me reviraram,  pediram diversos tipos de exames de sangue, quase 50 qualidade de testes além de raio x de tórax,  e eletrocardiograma.  Entregaram  os termos de doação do REDOME, do Hospital das Clínicas    além de outro termo de confidencialidade,  onde afirmo que não vou procurar o receptor,  antes de 6 meses.  Após 6 meses vou trocar e-mails com o receptor e se for a vontade de ambos, vamos nos encontrar após um ano, eu tenho muita vontade de conhece-lo ,  espero que ele e a família também queiram.
Todos os exames feitos, data confirmada, fui até o hemocentro do HCPA  e fiz uma coleta de sangue autóloga (para minha segurança)  para reposição de sangue durante a retirada da medula, caso houvesse necessidade.
No dia 11 de novembro, um domingo, fui internada no HCPA   onde fui muito bem cuidada, tomei um remedinho e apaguei, acordei às 5 horas para começar os preparativos, tomei um banho com um produto que eles me deram e fiquei no quarto aguardando ate às 9:00  e pouco estava em jejum,  desde a meia noite.
Fui levada de cadeira de rodas, até uma salinha pré operatória, lá todos vinham falar comigo, dar os parabéns pela atitude, de estar doando para alguém que nem se quer conheço,  foi neste momento em que fiquei sabendo que minha medula salvaria a vida de uma criança, fiquei ainda mais feliz.
Amo crianças e poder tentar salvar a vida de uma  é uma honra,  dois outros hospitais estavam lá assistindo, e pediram uma amostra da minha medula para estudo eu autorizei a retirada.
Pertinho das 10:00  hrs fui para o bloco,  fui orientada e anestesiada, mas fiquei acordada vez ou outra cochilava, a anestesista era um amor de pessoa, mas que agora não lembro o nome dela, ficou o tempo todo conversando e perguntando se estava bem. Pouco depois do meio dia acabou a coleta e fui levada ao centro de recuperação,  onde fiquei até as 1800 hrs.
Logo que cheguei no quarto já estava caminhando, não tive dores fortes apenas um desconforto, como se tivesse um peso, acho que o excesso do soro incomodou mais  do que onde retiraram a medula.
Recebi várias visitas até de pessoas que nem me conheciam:  enfermeiras, médicos, acompanhante sem contar nos comentários do facebook, todos elogiam e me desejando melhoras.
Talvez fisicamente não esteja 100%,  mas meu ego e minha alma estão pulando de alegria, melhor do que nunca, me sinto especial, por ter sido escolhida por Deus para ajudar alguém a viver mais tempo.
Muitos me perguntam da dor e se não tive medo, sempre respondo que não, confiava nos médicos e principalmente pensava no que o receptor e na família que estava sofrendo, eles foram o maior remédio que recebi, para a dor dos furinhos que levei, furinhos estes que terei o maior orgulho de mostrar pelo resto da minha vida.
Espero um dia poder encontrar o receptor, bem,  e postar fotos neste mesmo álbum do nosso encontro, quero que ele saiba o quanto feliz eu fiquei em ter ajudado, sem dúvida a minha medula vai mudar a vida dele, mas ele também mudou a minha.  Vou lembrar deste momento sempre.
Espero que lendo meu depoimento, mais pessoas criem coragem e vão  até o hemocentro da sua cidade fazer o cadastro como doador de medula. É  simples: preenche uma ficha com 5 ml de sangue e pronto,  é tão simples e pode salvar uma vida.
Faz apenas 1 dia que doei medula e estou escrevendo esse depoimento para vocês  verem como é rápida a recuperação…
LEUCEMIA TEM CURA¸ NÓS SOMOS A CURA!


Fonte: ATMO - Amigos do Transplante de Medula Óssea

03/12/2012 | Depoimentos de Doadores