Jussara Cony e Beto Albuquerque reforçam luta pela doação de medula em Porto Alegre
Projeto foi protocolado nesta terça-feira (24). Foto: Serginho Neglia
A vereadora Jussara Cony (PCdoB) protocolou hoje (24), na Câmara de Vereadores, um projeto de lei que cria a Semana de Mobilização Municipal para Doação de Medula Óssea em Porto Alegre (de 7 a 14/12). Jussara protocolou o projeto ao lado do deputado federal Beto Albuquerque, autor da Lei Federal 11.930, de 22/04/2009 que criou a Semana Nacional (de 14 a 21/12).
A data escolhida por Jussara é especial: 24 de janeiro é data de aniversário de seu neto Matheus Cony Lopes do Santos. Ele lutou contra a leucemia no mesmo período em que Pietro – filho de Beto Albuquerque – também fazia tratamento.
As famílias de Jussara Cony e de Beto Albuquerque conviveram juntas durante o período de luta de Pietro e de Matheus. Quando Pietro chegou à fase terminal, Matheus iniciava seu tratamento. Matheus faleceu em 29/01/2012 após três etapas: o diagnóstico, o tratamento e a cura, e a leucemia recidiva. “Foram três etapas que ele, assim como Pietro, enfrentou com muita coragem e fé, nos ensinando a não desistir e, acima de tudo, a ter a luta pela doação por toda nossa vida”, explica Jussara. Segundo a vereadora, a lei nacional é de grande importância e já obteve resultados impressionantes. Por isso, defende Jussara, a lei precisa ter suporte em todo o Brasil, a partir dos municípios, porque ela desencadeou uma nova concepção do significado da doação de medula óssea.
O projeto de lei tem o significado de, além da divulgação, estabelecer uma semana preparatória às atividades nacionais, fortalecendo e ampliando a chance de mais vidas serem recuperadas pelo ato de amor da doação. “Matheus criou o movimento ‘Quero Medula’ e este movimento é nosso: família, amigos, sociedade”, disse Jussara.
“No dia 3 de fevereiro de 2009 perdi meu filho Pietro depois de uma luta de 14 meses contra a leucemia, mas isso não me fez desistir de ajudar a salvar outras vidas. Desde a instituição da Lei Pietro, em 22 de abril de 2009, passamos de 750 mil cadastros de doadores para 3 milhões. A nossa luta é ampliar e qualificar cada vez mais o banco de doadores ”, disse Beto. O deputado lembrou, ainda, da destinação de R$ 1,5 milhão, por meio de emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União, para a construção do Centro de Diagnóstico do Hospital. “O GHC é um hospital público que nos orgulha e que terá condições também de diagnosticar doenças”, destacou.
Dados – a cada ano ocorrem 1.000 novos casos de leucemias no Rio Grande do Sul. O transplante, na maioria dos casos, torna-se inevitável. Hoje, a chance de se encontrar uma medula compatível pode ser de uma em 100 mil. Por isso, são organizados Registros de Doadores de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar.
Para ser doador é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar, o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será consultado para decidir quanto à doação.
Fonte: Flávia Lima Moreira