O Brasil registrou em 2010 quase seis mil casos de morte por leucemia.
Anualmente, cerca de dez mil novos casos são diagnosticados, de acordo com
dados do Instituto Nacional de Câncer. Em muitos deles, a doença só pode ser
curada por meio de transplante de medula óssea de doador que possua grande
compatibilidade genética com o paciente.
Com o objetivo de desmitificar a
doação de medula, o Deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) proferirá nesta
terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, palestra sobre o tema “Transplante
de Medula Óssea”. O evento integra a Semana Nacional de Doação de Medula Óssea,
que teve início no dia 14 e segue até o dia 21, e visa incentivar o cadastro da
população no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea
(Redome).
A campanha foi instituída pela Lei nº
11.930 de 2009, que ficou conhecida como Lei Pietro, em homenagem ao filho de
Albuquerque. Pietro foi vítima de leucemia mieloide aguda e faleceu após 14
meses de luta contra a doença.
A leucemia é uma doença maligna dos
glóbulos brancos (leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja
principal característica é o acúmulo de células jovens anormais na medula
óssea, que substituem as células sanguíneas normais.
Depois de instalada, a leucemia
progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o
diagnóstico e a classificação. O diagnóstico inicial é feito por
hemograma, mas sua confirmação é necessária pelo exame da medula óssea
(mielograma). Nesse exame, retira-se menos de um mililitro do material
esponjoso de dentro do osso e examina-se as células ali encontradas.
Encontrar um doador com a
compatibilidade genética necessária é o primeiro obstáculo à cura. De acordo
com Beto Albuquerque, há casos em que são pesquisados até cem mil doadores para
que seja encontrado um compatível. “Quanto maior o número de doadores
cadastrados, maiores as chances de que seja encontrado um com a medula
apropriada”, explica.
Desde a primeira campanha, em 2009, o
número de doadores cadastrados no Brasil aumentou de 750 mil para mais de 2,5
milhões. É o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás
apenas dos Estados Unidos e da Alemanha.
O parlamentar comemora a evolução,
mas alerta para a necessidade de conscientizar os doadores cadastrados acerca
da importância de que realmente compareçam para doar. “Cerca de 15% dos
doadores compatíveis não comparecem para o procedimento de doação após serem
localizados”, lamenta.
Para ser um doador de medula basta
procurar o hemocentro mais próximo, ter entre 18 e 55 anos e estar em bom
estado de saúde. É necessário levar documento de identidade oficial com foto e
preencher um formulário.
No ato do cadastro, são coletados
cinco mililitros de sangue para análise do código genético de compatibilidade,
chamado de HLA (histocompatibilidade). O resultado do exame fica armazenado no
Redome, juntamente com os dados do doador, que será procurado caso apareça um
paciente compatível.
Não há exigência quanto à mudança de
hábitos de vida, trabalho ou alimentação. Se a compatibilidade for confirmada,
a pessoa será consultada para decidir sobre a doação.
A palestra acontecerá no auditório da
TV Câmara, às 16 horas.
Fonte: Elisabeth Dereti e Tatyanna
Vendramini – Liderança do PSB na Câmara
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