Brasília – Mais de 80 mil brasileiros já se declararam doadores de órgãos por meio de uma ferramenta na rede social Facebook, de acordo com levantamento divulgado hoje (6) pelo Ministério da Saúde. A parceria foi firmada em julho deste ano, com o objetivo de ampliar o número de doadores no Brasil.
Segundo a pasta, 40 milhões de
pessoas no país são usuárias da rede social. Os internautas podem adicionar em
sua linha do tempo a opção de ser um doador de órgãos e compartilhar com
parentes e amigos.
Em 2011, o Brasil bateu recorde
ao registrar 2.207 doadores no Sistema Nacional de Órgãos – 63% a mais que em
2008, conforme dados do governo. Atualmente, 95% dos transplantes são feitos
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para expressar no Facebook o
desejo de ser um doador de órgãos, basta ir na Linha do Tempo e clicar em
Evento Cotidiano, escolher a opção Saúde e Bem-Estar e clicar em doador de
órgãos. Ainda assim, a doação só poderá acontecer após autorização da família.
A supervisora de Marketing
Lucinda Ulhoa, 33 anos, utilizou a ferramenta poucos dias após a parceria. “O
que eu puder fazer para ajudar os outros a não sentirem a dor que senti quando
perdi meu pai, vou fazer”, explicou. Ela também se cadastrou como doadora em um
banco de medula óssea. “Ninguém merece perder um ente querido, mas é preciso
ter cautela. Só divulguei no Facebook para ver se estimulo as pessoas a fazerem
o mesmo”, completou.
Vivian Murbach, 33 anos, decidiu
ser doadora de órgãos ainda na adolescência. Quando a ferramenta foi
disponibilizada pelo Facebook, a servidora pública optou por compartilhar a
informação. “Cheguei à essa decisão pelo simples fato de ajudar alguém que
precisa muito com algo que é meu e que não vou precisar mais. É simples assim”,
disse. Ela garante que amigos, o noivo e a família sabem do desejo dela de ser
doadora. “Quando faço algum procedimento cirúrgico, aviso novamente a família e
o médico.”
Já o estudante de antropologia
Alexandre Branco, 23 anos, declarou-se doador de órgãos, mas não havia
comunicado oficialmente a família e os amigos. “Apesar de as pessoas próximas a
mim terem um conhecimento [sobre a vontade dele], achei que uma declaração
explícita era o mais recomendável”, contou, ao se referir à ferramenta no
Facebook.
“Além do fato de você poder ter
uma comunicação expressa do seu desejo, acho que a publicidade dessa informação
para as pessoas que não refletiram sistematicamente sobre o assunto pode
permitir esse processo”, disse. “As pessoas, quando confrontadas com a
informação de que outras pessoas próximas são potenciais doadoras, podem
refletir e decidir a respeito”, concluiu.
Edição: Carolina Pimentel
Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
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