Participaram
do estudo dois cientistas brasileiros do Centro de Terapia Celular
(CTC) da Universidade de
São Paulo (USP) e mais cinco dos institutos nacionais de Saúde dos
Estados Unidos.
Hoje,
para o diagnóstico de câncer, os laboratórios citogenéticos
analisam as alterações estruturais dos cromossomos nas células.
Com o método, as células são examinadas uma a uma no microscópio,
permitindo a análise de apenas 20 delas. O novo método usará o
mesmo processo, mas terá capacidade de analisar até 30 mil células
em menor tempo.
Segundo
Rodrigo Calado, professor do Departamento de Clínica Médica
da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da USP, que participou da pesquisa, o
novo método usa um aparelho chamado citômetro de fluxo, que,
atualmente, faz exames de linfócitos em pacientes portadores do
vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou com fibrose pulmonar e
anemia aplástica – ocasionadas por anormalidades nos telômeros,
extremidades dos cromossomos.
A
novidade é que os cientistas descobriram uma nova aplicação para o
aparelho, no diagnóstico e monitoramento do câncer de sangue, sendo
a leucema o mais prevalente. Eles decidiram combinar o citômetro de
fluxo com o método antigo, chamado de fluorescência, melhorando
a eficiência do
processo. “Combinamos os dois para poder analisar uma grande
quantidade de células”, disse Calado.
O
professor conta que já usou o citômetro de fluxo experimentalmente
em diagnósticos de pacientes com câncer. Ao usá-lo, os
pesquisadores notaram que o aparelho pode também ajudar o médico a
observar a resposta ao tratamento do câncer. “Se havia, no começo,
100% de células com alteração no cromossomo e, com o passar do
tempo, o número diminuiu para 1%, isso indica que o tratamento está
sendo efetivo”, explicou.
O
método pode ainda auxiliar indicando se a quimioterapia possibilitou
a cura do paciente por completo. “Se com o passar do tempo, [o
paciente] ainda tem 1% de células com alteração cromossômica,
isso sugere que o tratamento, embora tenha tido uma resposta, não
foi completo. Isso porque [o paciente] ainda tem células do câncer
presentes em circulação”, observou.
De
acordo com Calado, o desenvolvimento do método levou dois anos. O
pesquisador estima que o novo diagnóstico esteja disponível para a
população em três ou quatro anos. “Os laboratórios têm que
adaptar o que já existe para poder fazer esse método, e isso leva
tempo”, disse. Ele estima que, quando chegar ao mercado, o teste
com o novo método custe em torno de R$ 500 por paciente.
Agência Brasil
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