BRASÍLIA | 22.04.2014
Centro de transplante de medula óssea do DF se chamará
Pietro Albuquerque
O líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS),
visitou, nesta terça-feira (22), as obras da ala destinada ao transplante de
medula óssea do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF). O
socialista é autor da Lei nº 11.930, conhecida como Lei Pietro em homenagem ao
seu filho, vítima de leucemia mieloide aguda, que faleceu em fevereiro de 2009,
após 13 meses de luta contra a doença.
A Lei estabeleceu a Semana de Mobilização Nacional para
Doação de Medula Óssea, realizada anualmente entre os dias 14 e 21 de dezembro.
Nesse período, diversas atividades são realizadas em todo o País com o objetivo
de incentivar o cadastro da população no Registro Nacional de Doadores de
Medula Óssea (Redome).
Nesta terça, data em que são comemorados cinco anos de
vigência da Lei, Beto foi surpreendido com uma expressiva homenagem, recebida
com muita emoção. Durante a visita, o superintendente do hospital, João
Gabbardo, comunicou que o novo setor receberá o nome de Pietro Albuquerque,
graças, segundo Gabbardo, ao engajamento do parlamentar na luta contra a
doença.
Desde a sanção, o número de doadores voluntários aumentou de
750 mil para mais de 3 milhões em todo o País. Atualmente, o Brasil registra
cerca de 10 mil novos casos de leucemia por ano, doença que, na maioria das
vezes, somente pode ser vencida por meio de transplante. “Esse aumento
representa uma grande vitória, mas também precisamos trabalhar para que haja
condições e agilidade no transplante. É inaceitável que, no Brasil, a pessoa
encontre o doador e fique na fila à espera de um leito”, ressaltou Beto.
A inauguração da nova ala do ICDF está prevista para o final
do mês de maio. De acordo com a diretora clínica Núbia Vieira, o andar
destinado a transplantes de medula óssea tem 1.200 metros quadrados e a
previsão é que passe a funcionar com mais de 40 leitos. Segundo o Ministério da
Saúde, este será o maior centro de transplantes de medula óssea do Brasil.
“Também teremos o atendimento do hospital-dia – quando o paciente já
transplantado vem apenas para receber medicamentos, sem necessidade de
internação –, com 13 poltronas disponíveis”, acrescentou Núbia.
Atualmente, o hospital conta com apenas dois leitos
destinados ao transplante de medula, mas são realizados apenas os chamados
autólogos, cujas células, tecidos ou órgãos são retirados da própria pessoa e
implantados em um local diferente do corpo. Desde novembro de 2013, já foram
realizados 12 procedimentos dessa natureza.
Com a inauguração da nova ala, passarão a ser realizados
também os transplantes alogênicos, que consiste na retirada de material de
outra pessoa para ser implantada no paciente.
Há cinco anos, o Instituto de Cardiologia – Fundação
Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul assumiu a gestão do ICDF, que
enfrentava dificuldades para manter essa estrutura em Brasília. Desde então, o
hospital passou a ser referência na região em transplantes como o de coração e
o de fígado.
Doença – Leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos
(leucócitos), de origem geralmente desconhecida, cuja principal característica
é o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as
células sanguíneas normais. Depois de instalada, a doença progride rapidamente,
exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, que
inicialmente é feito por hemograma.
Tatyana Vendramini