sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Missa celebra a doação de órgãos e homenageia família de doadores


O Dia Nacional da Doação de Órgãos foi marcado por uma missa solene na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, na noite dessa quinta-feira (27) - uma homenagem da Secretaria Estadual da Saúde (SES) às famílias de doadores de órgãos, aos transplantados, às equipes de transplantadores, e a todos os envolvidos no processo que a viabiliza. A solenidade foi presidida pelo Bispo Dom Jaime Spengler, com a participação de representantes de outras religiões que integram o Grupo de Diálogo Inter-Religioso, e reuniu também autoridades e organizações não governamentais.

"A doação de órgãos é um gesto de amor e caridade, e uma decisão difícil, em favor da vida. Origina-se de grande valor ético, sem buscar recompensa. É um gesto nobre, digno, de amor sem reservas, com decisão livre e consciente. Os transplantes são grandes avanços da ciência à serviço da vida", disse o bispo. Ao citar um trecho das Escrituras - "quando olho para os céus e as estrelas, obra da mão de Deus, me pergunto: o que é o ser humano, para que dele te lembres?", Dom Jaime conclamou a todos a inspirar o coração das novas gerações para a necessidade de amor fraternal, que pode se expressar por meio da doação de órgãos.

O transplantado Pablo Mondim Py, em seu depoimento, explicou que ganhou não só um novo órgão, mas a capacidade de sonhar de novo. "Hoje estou aqui para contar uma história de vitória, e para agradecer à família do doador. Levo dentro de mim uma parte de alguém que nem conheci".

A família doadora de órgãos, representada por Simone Pereira Machado, fez um emocionado relato sobre a experiência de autorizar a doação dos órgãos de sua filha. "Minha filha que morreu me ensinou que a vida é muito breve. É agora. Amanhã podemos não estar mais aqui. Doar órgãos é um ato de desprendimento, de transformar a dor em bem para outra pessoa", disse Simone.

A coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Rosana Nothen, agradeceu a generosidade das famílias que permitem a doação de órgãos e explicou que nada é mais crucial do que doar a vida. Lembrou ainda que o trabalho na área de transplantes envolve limites bio-éticos, e deve ser realizado de forma justa, equitativa e transparente.

Em 2011, foram realizados no Estado 1737 transplantes, sendo 918 de córneas. Neste ano, até agosto, já ocorreram 1.169 transplantes. Dados preliminares de 2012 comparados com 2011 apontam para um aumento no número de notificações de morte encefálica de 11%, e de 22% no número de efetivação da doação.

Texto: Denise Gewehr
Foto: Nândria Oliveira
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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