O Dia Nacional da
Doação de Órgãos foi marcado por uma missa solene na Catedral
Metropolitana de Porto Alegre, na noite dessa quinta-feira (27) - uma
homenagem da Secretaria Estadual da Saúde (SES) às famílias de
doadores de órgãos, aos transplantados, às equipes de
transplantadores, e a todos os envolvidos no processo que a
viabiliza. A solenidade foi presidida pelo Bispo Dom Jaime Spengler,
com a participação de representantes de outras religiões que
integram o Grupo de Diálogo Inter-Religioso, e reuniu também
autoridades e organizações não governamentais.
"A doação de
órgãos é um gesto de amor e caridade, e uma decisão difícil, em
favor da vida. Origina-se de grande valor ético, sem buscar
recompensa. É um gesto nobre, digno, de amor sem reservas, com
decisão livre e consciente. Os transplantes são grandes avanços da
ciência à serviço da vida", disse o bispo. Ao citar um trecho
das Escrituras - "quando olho para os céus e as estrelas, obra
da mão de Deus, me pergunto: o que é o ser humano, para que dele te
lembres?", Dom Jaime conclamou a todos a inspirar o coração
das novas gerações para a necessidade de amor fraternal, que pode
se expressar por meio da doação de órgãos.
O transplantado Pablo
Mondim Py, em seu depoimento, explicou que ganhou não só um novo
órgão, mas a capacidade de sonhar de novo. "Hoje estou aqui
para contar uma história de vitória, e para agradecer à família
do doador. Levo dentro de mim uma parte de alguém que nem conheci".
A família doadora de
órgãos, representada por Simone Pereira Machado, fez um emocionado
relato sobre a experiência de autorizar a doação dos órgãos de
sua filha. "Minha filha que morreu me ensinou que a vida é
muito breve. É agora. Amanhã podemos não estar mais aqui. Doar
órgãos é um ato de desprendimento, de transformar a dor em bem
para outra pessoa", disse Simone.
A coordenadora da
Central de Transplantes do Estado, Rosana Nothen, agradeceu a
generosidade das famílias que permitem a doação de órgãos e
explicou que nada é mais crucial do que doar a vida. Lembrou ainda
que o trabalho na área de transplantes envolve limites bio-éticos,
e deve ser realizado de forma justa, equitativa e transparente.
Em 2011, foram
realizados no Estado 1737 transplantes, sendo 918 de córneas. Neste
ano, até agosto, já ocorreram 1.169 transplantes. Dados
preliminares de 2012 comparados com 2011 apontam para um aumento no
número de notificações de morte encefálica de 11%, e de 22% no
número de efetivação da doação.
Texto: Denise Gewehr
Foto: Nândria Oliveira
Edição: Redação
Secom (51) 3210.4305
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